Análise do gerenciamento ambiental nos hospitais de Caxias do Sul - RS
Resumo
As atividades dos estabelecimentos de assistência terciária à saúde geram diariamente toneladas de resíduos hospitalares. A eficiência do setor de saúde é questionada, acerca da gestão dos resíduos hospitalares, visto ser tema emergente na problemática ambiental. Atualmente contamos com práticas de gestão e o apoio da legislação vigente que atuam no intuito de diminuir as saídas e dar uma destinação correta aos resíduos gerados nos hospitais. A presente pesquisa teve como objetivo analisar a gestão ambiental nos Hospitais de Caxias de Sul, frente aos instrumentos legais e normativos vigentes no Brasil. Para tanto, foram descritas as técnicas de gerenciamento utilizadas, assim como foi verificado os problemas e os benefícios advindos dessas técnicas de gestão. A metodologia utilizada foi de caráter qualitativo exploratório, sob a forma de estudo de múltiplos casos, baseando-se na aplicação de entrevistas semi-estruturadas em profundidade com o responsável técnico pelo gerenciamento ambiental no hospital. Para análise e interpretação dos dados, o método utilizado se deu de acordo com a análise de conteúdo. Os principais resultados indicam que os Hospitais utilizam o Plano de Gerenciamento de Resíduos de Serviços de Saúde (PGRSS), considerando os princípios que conduzem à minimização, que visam o tratamento e a disposição final dos resíduos de serviços de saúde (RSS). O PGRSS está embasado nas diretrizes dos órgãos de meio ambiente e de saúde. Os problemas encontrados no gerenciamento ambiental estão ligados à conscientização e, comprometimento de funcionários e médicos, além do destino dos efluentes líquidos hospitalares. Os benefícios encontrados abarcam a redução de resíduos, o uso de materiais ambientalmente corretos, a redução de custos, a eliminação de desperdícios, a criação de programas de cunho ambiental, contribuindo para a preservação dos recursos naturais, da saúde humana e do meio ambiente. Cinco hospitais (71%) possuem o PGRSS atualizado, onde se faz cumprir as etapas de segregação, acondicionamento, coleta, armazenamento, transporte, tratamento e disposição final de RSS, estando de acordo com a legislação. No entanto, no que diz respeito aos efluentes líquidos hospitalares, cinco hospitais (71%) não estão de acordo com a legislação vigente. O setor hospitalar de Caxias do Sul pode ainda contribuir muito para o desenvolvimento sustentável, trazendo soluções eficientes para o destino dos efluentes líquidos hospitalares, no afã não só de adequar à legislação vigente, ou baratear os custos de tratamento e disposição final, mas também aderir a políticas de sustentabilidade.