Caracterização e determinação in vitro da viabilidade de células estromais associadas a gel de plasma e filmes de Hevea brasiliensis com própolis vermelha
Fecha
2020-06-30Autor
Garcia, Charlene Silvestrin Celi
Orientador
Ely, Mariana Roesch
Henriques, João Antonio Pêgas
Metadatos
Mostrar el registro completo del ítemResumen
Estudos com células estromais derivadas do tecido adiposo (ADSC), plasma rico em plaquetas (PRP) e a própolis vermelha (RP) tem sido apontados como recursos para estimular fatores relacionados à proliferação celular e o remodelamento tecidual. Além disso, a RP e a látex de borracha natural (NRL) apresentam biocompatibilidade e atividades regeneradoras para o tratamento de feridas. Devido a estas atividades, pesquisou-se a associação destes produtos, buscando avaliar propriedades que venham a contribuir com a regeneração tecidual. Inicialmente foram isoladas ADSC pós-coleta e pós-congelamento pela digestão enzimática com colagenase tipo II. As células foram caracterizadas por citometria de fluxo e posteriormente induzidas a diferenciação para tecido osteogênico, condrogênico e adipogênico. O PRP foi adicionado a extratos de RP nas concentrações de 25, 50, 100 e 200 μg.mL-1, para a obtenção do plasma rico em plaquetas com própolis vermelha (PRP/RP). Avaliou-se a citotoxicidade da RP pelo ensaio de MTT e Trypan blue em células HaCat e ADSC, seguido de ensaios de apoptose com coloração de laranja de acridina e brometo de etídio (AO/EB) em ADSC. Investigou-se a viabilidade do PRP e PRP/RP autólogo e homólogo em ADSC, pelo ensaio de MTT, bem como pelo ensaio de migração horizontal. Todos os testes foram realizados durante o período de 1, 2, 3 e 7 dias de exposição. Para a obtenção da membrana borracha natural látex (NLR), incorporou-se 400 μg.mL-1 de RP, modificando-se a superfície do material com tratamentos a plasma e deposição de prata (magnetron sputtering) em câmera de vácuo. Posteriormente, realizou-se a análise quantitativa elementar (RBS) das membranas NLR/RP. A metodologia de microscopia eletrônica de varredura (MEV) foi empregada para analisar as características das superfícies das membranas. Os ensaios para avaliar a citotoxicidade das membranas foram realizados com células de fibroblasto de rato (L929) e ADSC durante o período de 1, 2 e 7 dias. Ao final, as amostras foram submetidas a testes de esterilização empregando caldo de tioglicolato. A digestão pós-coleta apresentou 1x106 células.mL-1, enquanto que a pós-congelamento apresentou um número reduzido de células de 1x105 células.mL-1, porém manteve suas propriedades biológicas originais. A caracterização por análise de citometria de fluxo mostrou que não existiram diferenças significativas na análise do perfil dos marcadores de superfície entre as três amostras de doadores diferentes e todas apresentaram capacidade de diferenciação osteogênica, adipogênica e condrogênica. Os ensaios de viabilidade celular demonstraram concentrações de RP não citotóxicas entre 25 e 50 μg.mL-1. O PRP e as concentração de 25 e 50 μg de PRP/RP influenciaram diretamente na diminuição da área livre de células, permitindo que as ADSC migrassem mais rapidamente, com seu total fechamento no sétimo dia. Os resultados evidenciaram que a uma concentração máxima de 50 μg.ml-1 de RP não apresentou citotoxicidade. O tratamento a plasma e deposição de prata demonstraram-se efetivos para esterilização das amostras e para as modificações de superfície nas membranas. Em adição, o ensaio vermelho neutro apresentou citotoxicidade moderada e o ensaio de MTT exibiu percentagem de viabilidade celular superiores a 70% para todos os extratos testados. Deste modo, a associação de ADSC ao PRP e RP, bem como as membranas apresentaram excelentes propriedades que podem contribuir para a proliferação e regeneração tecidual, indicando um potencial uso como auxilio na medicina reparadora/reconstrutiva visando o tratamento e recuperação de pacientes que sofreram queimaduras ou outros acidentes que necessitam de enxerto de pele