Sentidos subjetivos de estudantes com deficiência em cursos técnicos integrados ao ensino médio
Fecha
2021-02-27Autor
Armas, Louise Dall'Agnol de
Orientador
Bisol, Cláudia Alquati
Metadatos
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Pensar a educação inclusiva requer olhar não apenas para marcos legais e ações institucionais, mas também para a esfera individual dos estudantes, a fim de ampliar o debate sobre o processo inclusivo. As pessoas com deficiência foram e ainda são segregadas da participação social, apesar de avanços nos debates e a promulgação de leis e decretos, que desde 1990 defendem a participação de todas as pessoas na escola, considerando suas características individuais. Com a perspectiva inclusiva na escola e no mundo do trabalho, esta pesquisa aborda aspectos subjetivos dos estudantes com deficiência em cursos técnicos integrados ao Ensino Médio. Com o aporte da Teoria da Subjetividade desenvolvida por González Rey, este estudo tem como objetivo geral analisar a configuração de sentidos subjetivos de estudantes com deficiência no que tange à escolarização em cursos técnicos integrados ao Ensino Médio. Participaram da pesquisa quatro estudantes de uma unidade do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Sul matriculados em cursos técnicos integrados ao Ensino Médio. A partir da proposta metodológica da Epistemologia Qualitativa, o momento de construção da informação com cada participante, realizado de forma on-line, foi dividido em três dimensões: uma entrevista com perguntas abertas e fechadas para obtenção de dados demográficos e informações sobre a escolarização pregressa e sobre a permanência na Instituição; uso de fotografias como materialidade mediadora para expressão de sentimentos e significados vivenciados na escola; e uma entrevista com perguntas abertas para acessar os sentidos subjetivos dos estudantes. As falas e expressões de cada participante foram analisadas e apresentadas individualmente, constituindo indicadores que permitiram a construção dos seguintes núcleos de significação: relações interpessoais de validação; percepção da diferença no espaço escolar; a exclusão na inclusão; ser sujeito não massificado/apagado pela deficiência; e dinâmica entre desafios e conquistas. Esses núcleos situam a produção de sentidos subjetivos estando relacionados com a busca pela valorização do outro; à vergonha da diferença; à subestimação de si mesmo; à exclusão e menor-valia; e ao enfrentamento e conquista diante de desafios. Compreender as emoções e produções simbólicas dos estudantes com deficiência na escola permite reconhecê-los como sujeitos no espaço escolar e não às margens. A percepção da dinâmica de inclusão e exclusão relativa às vivências dos estudantes com deficiência abre possibilidades para questionar e fortalecer práticas escolares com vistas à efetividade do processo inclusivo. Além disso, reforça o percurso que precisa continuar a ser feito na busca pela consideração das pessoas com deficiência como sujeitos de direitos e deveres na escola e, consequentemente, na sociedade [resumo fornecido pelo autor].