Relação entre governança corporativa e desempenho econômico-financeiro : uma análise em empresas listadas na BM&FBOVESPA
Data
2016-11-23Autore
Chiappin, Márcia Almeida
Orientador
Camargo, Maria Emilia
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Empresas são organizações complexas e no decurso da sua atividade interagem com várias partes interessadas, mas nem sempre esses interesses são convergentes com os da própria organização. Os gestores contratados são os principais agentes, responsáveis pela harmonização desses interesses, mas de acordo com a Teoria da Agência, também são parte interessada. A Governança Corporativa (GC) exerce um papel fundamental nestes cenários de conflitos, ao introduzir incentivos de controle e monitoramento, com mecanismos para gerenciá-los. Estudos buscam entender se a adoção de boas práticas de Governança Corporativa, além de auxiliar na solução dos conflitos de agência, conduz as empresas a uma melhora no desempenho, principalmente no desempenho econômico-financeiro. Neste sentido, o estudo objetivou verificar a relação entre a adoção de boas práticas de Governança Corporativa e desempenho econômico-financeiro das empresas. Para buscar tal evidência foram analisadas empresas de capital aberto, listadas na BM&FBOVESPA, pertencentes aos segmentos de mercado Papel e Celulose, Material Rodoviário e Comércio de Tecidos, Vestuário e Calçados, nos anos 2010 a 2014. A amostra totalizou vinte e cinco empresas e essas foram divididas em dois grupos, para cada segmento de mercado, a fim de possibilitar a comparação dos desempenhos, um grupo denominado Empresas com Boas Práticas de GC, composto pelas empresas com adesão aos segmentos de listagem da BM&FBOVESPA: Novo Mercado, Nível Dois e Nível Um e o outro grupo denominado Empresas Tradicionais e Outras, composto pelas empresas sem adesão. O desempenho foi mensurado através dos indicadores ROA, ROI, ROE, Margem EVA e Margem EBITDA. Para comparar os desempenhos, primeiramente, foi realizada a estatística descritiva, após foi testada a normalidade dos dados através do teste de Shapiro Wilk e a homogeneidade das variâncias pelo teste de Levene e as comparações entre os dois grupos foi realizada pelo Teste t e análise de variância ao nível de significância de 5%. Nos segmentos Papel e Celulose e Comércio de Tecidos, Vestuário e Calçados não foram constatadas evidências de desempenho superior de um grupo em relação ao outro. Porém, no segmento Material Rodoviário a maioria dos indicadores apontaram desempenho superior do grupo das empresas com boas práticas de Governança Corporativa. Assim, o estudo suportou parcialmente a indicação de desempenho econômico-financeiro superior das empresas com boas práticas de Governança Corporativa em relação às demais. Apesar dos resultados não apresentarem uma conclusão unânime, convergem com outros estudos realizados no Brasil, restando aprofundar, em pesquisas futuras, se o desempenho superior encontrado nesse segmento pode ser atribuído à Governança Corporativa e não a outros fatores.