A recepção de Jorge Amado no New York Times (1945-2001)
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Data
2018-03-16Autor
Sperb, Paula
Orientador
Arendt, João Claudio
Metadata
Mostrar registro completoResumo
Este trabalho tem como objetivo investigar acerca da recepção do escritor brasileiro Jorge Amado nos Estados Unidos, mais especificamente no jornal norte-americano New York Times. Para tanto, foram levantados cento e cinquenta e um artigos publicados no referido periódico, entre os anos de 1945 e 2001. Para uma melhor compreensão da recepção do autor, primeiramente, apresenta-se um histórico das relações políticas e culturais entre Brasil e Estados Unidos no período que antecede a Segunda Guerra Mundial até o final desta. Com a chamada “política da boa vizinhança”, ambos países se aproximaram. O estreitamento dos laços é um fator que contribuiu para entrada de Jorge Amado no polissistema literário norte-americano, em 1945, com o livro Terras do sem-fim. O livro de estreia foi publicado pela prestigiada editora Alfred Knopf. A trajetória editorial do escritor, que passou pelas editoras Avon Books e Bantam, também é apresentada. A militância comunista de Jorge Amado foi acompanhada e registrada pela CIA (Central Intelligence Agency), fato verificado em vinte e dois relatórios produzidos pelo órgão durante a Guerra Fria. Os documentos corroboram a hipótese de que os laços políticos do escritor fizeram com que ocupasse posição periférica no polissistema durante dezessete anos. Apenas em 1962, um segundo livro do autor, Gabriela, foi publicado nos Estados Unidos, resultando em um sucesso comercial e colocando o escritor em posição de centralidade no polissistema. Dos anos 1960 aos anos 1980, Jorge Amado foi frequentemente associado ao boom da literatura latino-americana. Nesta última década, o escritor foi redescoberto: o livro Tocaia grande recebeu a maior quantia, até então, pelos direitos autorais de um livro estrangeiro. Ao longo de sua recepção, Jorge Amado sempre foi mencionado no New York Times como sinônimo e símbolo de Brasil.