Utilização do bagaço da uva Isabel para a remoção de diclofenaco de sódio em meio aquoso
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Data
2014-06-23Autor
Antunes, Márjore
Orientador
Giovanela, Marcelo
Fernandes, Andreia Neves
Metadata
Mostrar registro completoResumo
Este trabalho teve como objetivo principal avaliar a capacidade adsorvente do bagaço da uva
Isabel (Vitis labrusca x Vitis vinifera) na remoção do fármaco diclofenaco de sódio (DCF)
presente em meio aquoso. O material foi inicialmente caracterizado por meio de diversas
técnicas, incluindo a espectroscopia de ressonância magnética nuclear de carbono-13 no
estado sólido (RMN 13C), a análise elementar (CHNS), a espectroscopia de infravermelho
com Transformada de Fourier (IV), a análise termogravimétrica (TG), e a microscopia
eletrônica de varredura (MEV). A área superficial específica, assim como o diâmetro médio
das partículas e o pH no ponto de carga zero (pHPCZ), foram igualmente determinados.
Posteriormente, a capacidade de adsorção do bagaço de uva foi investigada, sob agitação
mecânica, utilizando-se a técnica de espectroscopia de absorção molecular na região do
ultravioleta (UV). Os parâmetros como massa de adsorvente e velocidade de agitação foram
previamente otimizados, a fim de se conseguir acompanhar esse processo. O efeito do pH, do
tempo de contato, da concentração inicial de DCF, e da temperatura também foram avaliados.
Verificou-se que o processo de adsorção, para concentrações de DCF maiores do que
10 mg L-1, ocorreu em duas etapas. O modelo cinético de pseudossegunda ordem foi o que
melhor descreveu a velocidade do processo na primeira etapa. Além disso, o percentual de
remoção (~20%) foi semelhante para todas as concentrações estudadas. Para a segunda etapa,
o processo de difusão intrapartícula foi o que melhor se ajustou aos dados experimentais,
sendo que o percentual de remoção aumentou com o aumento da concentração inicial do
fármaco (de 57 a 74%). No que se refere ao equilíbrio do processo, a isoterma de Freundlich
foi a que melhor se ajustou aos resultados experimentais a 22°C, sendo que a adsorção do
DCF pelo bagaço de uva apresentou um valor de KF e de n iguais a 1,72 L g-1 e 1,18,
respectivamente. Do ponto de vista termodinâmico, o processo foi exotérmico (ΔH°ads =
– 36,86 kJ mol-1), não-espontâneo (ΔG°ads > 2,99 kJ mol-1), ocorrendo com uma diminuição
na aleatoriedade do sistema (ΔS°ads = – 135,85 J mol-1 K-1). Isso aconteceu possivelmente pelo
fato de ambas as espécies (bagaço de uva e DCF) estarem carregadas negativamente na
condição de pH avaliada (pH em torno de 5,0).