Implicações do fenômeno big data na análise para inteligência estratégica
Fecha
2014-07-14Autor
Nesello, Priscila
Orientador
Fachinelli, Ana Cristina
Metadatos
Mostrar el registro completo del ítemResumen
Uma grande quantidade de dados é produzida diariamente por operações comerciais e financeiras, mídias sociais e dispositivos móveis, sensores e outros equipamentos inseridos no mundo físico. Este fenômeno deu origem ao termo big data, e seus efeitos podem ser percebidos por empresas, ciência e governo. Entretanto, é a inteligência estratégica, não a informação, que auxilia gerentes a extrair valor dos grandes volumes de dados. Para isto, é necessário transformar a informação dispersa no ambiente em conhecimento estruturado e útil à tomada de decisão nas organizações. Este é um processo complexo, pois apesar das ferramentas e técnicas disponíveis é indispensável que o profissional em inteligência saiba lidar com a complexidade cognitiva inerente ao processo de análise. Neste contexto, o objetivo deste trabalho foi o de examinar como o fenômeno big data afeta o processo de análise na atividade de inteligência estratégica. A pesquisa tratou de como o fenômeno big data é percebido pelos entrevistados em suas atividades analíticas em inteligência estratégica e propôs uma análise acerca de suas implicações. Para isso, foi realizado um estudo exploratório qualitativo. Foram entrevistados profissionais brasileiros, residentes nos Estados do Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro, Distrito Federal e São Paulo. Estes entrevistados foram selecionados por meio de agentes com atuação, conhecimento e trânsito nos campos de inteligência estratégica e/ou big data. O roteiro que serviu de base para estas entrevistas foi estruturado a partir das dimensões do fenômeno big data e seus efeitos nas atividades analíticas no processo de inteligência estratégica. A técnica utilizada para análise dos dados foi análise de conteúdo. Os resultados indicam que o volume de big data contribui para a compreensão dos métodos de coleta, entretanto prejudica o domínio da matéria. Outras descobertas revelam que para alguns entrevistados big data já integra as práticas profissionais na realização de análises mais elaboradas e no desenvolvimento de projetos específicos. Entretanto para outros, big data ainda não é uma realidade, não sendo percebida a necessidade de utilizar grandes volumes de dados nas análises. Este fato também denota um paradoxo entre a caracterização da produção de conhecimento no campo do big data e o seu uso no campo profissional de inteligência estratégica. Por um lado o maior volume de trabalhos sobre o big data está no campo profissional das organizações produtivas e não na academia e por outro os profissionais em inteligência ainda não percebem o valor do fenômeno para sua atuação profissional.