Quantificação da migração específica de contaminantes metálicos provenientes de utensílios revestidos com politetrafluoretileno em simulante ácido de alimentos
Zusammenfassung
O aumento da necessidade de novos materiais e revestimentos na indústria alimentícia fez com que o uso do politetrafluoretileno ganhasse destaque. Por apresentar características de auto-lubrificância e anti-aderência à um custo acessível, é o polímero mais utilizado em revestimentos destinados ao contato direto e prolongado com o alimento. Isto iniciou uma recorrente preocupação com a saúde do consumidor destes produtos. O politetrafluoretileno, além de conferir anti-aderência, tem a função de proteger o metal base das panelas e frigideiras das condições de cozimento ao qual são expostas. Porém, durante o uso, este revestimento pode sofrer danos como, por exemplo, ranhuras causadas por talheres, rompendo a microcamada do polímero e expondo o metal base. Este trabalho aborda o estudo da migração específica de uso repetido dos metais alumínio, ferro, chumbo, cádmio, bário e zinco em duas situações, com o revestimento polimérico íntegro e danificado, ou seja, com riscos de talheres. O simulante ácido acético com concentração de 3% (m/v) considerado pela ANVISA o mais agressivo, foi deixado em contato com 90% da superfície interna das frigideiras por 4 horas a 100 ºC. Os ensaios de migração mostraram que houve migração representativa de contaminantes para o simulante apenas do metal alumínio. Este, quando ensaiado com o revestimento íntegro gerou uma migração que excedeu o limite de migração em mais de 6 vezes, enquanto que o revestimento danificado apresentou uma migração que excedeu um patamar de pouco menos de 10 vezes o regulamentado pela legislação. Ambos resultados representam um possível perigo à saúde dos consumidores destes utensílios. Os demais metais analisados não apresentaram migração relevante para causar quaisquer danos à saúde do consumidor. [resumo fornecido pelo autor]