O abuso sexual infantil é considerado um evento traumático e pode ser um fator de risco para o desenvolvimento, por conta das graves sequelas emocionais, cognitivas, sociais e comportamentais ligadas à sua origem. Na maioria dos casos, o agressor está ligado à vítima por laços de consanguinidade, legalidade ou afinidade, o que dificulta a denúncia e a expressão da criança. Com isso, vivencia uma situação de medo, vergonha e culpa. Passa por um estágio de confusão que a faz não reconhecer seus verdadeiros desejos, tornando-se submissa e na maioria dos casos admitindo o silêncio como prática. A possibilidade de lançar mão de um recurso terapêutico, como um jogo, é extremamente válida, pois através do manejo do psicólogo, será possível abordar o assunto através do lúdico. Neste estudo, o foco foi destinado para os benefícios do jogo como alternativa para prevenção e identificação dos sinais de abuso sexual contra crianças. Como objetivos específicos propõe-se: caracterizar o jogo na abordagem psicológica do universo infantil; descrever o desenvolvimento psicológico das crianças de 5 a 11 anos, e por fim, apresentar a problemática do abuso sexual contra crianças. Quanto ao método, o delineamento é qualitativo e de estudo descritivo. A fonte escolhida foram os artefatos culturais "Spotlight Segredos Revelados" (2015) e "Jumanji" (1995), este segundo que foi utilizado como suporte para análise do impacto do jogo no manejo com as crianças. Elaborou-se uma tabela como instrumento para contemplar as categorias escolhidas. Como referencial de análise optou-se pela análise de conteúdo. Foram escolhidas dezesseis cenas do filme Spotlight, com o intuito de permitir a visualização das seguintes categorias formuladas: repetição quanto ao abuso, vergonha e culpa por parte dos abusados, autoridade do abusador e consequências para todas as fases do ciclo vital. A partir das cenas escolhidas, os resultados proporcionaram a percepção sobre o impacto negativo que o abuso provoca na vida destas pessoas. Além disso, percebeu-se que a utilização de uma ferramenta lúdica é benéfica para adentrar no universo infantil e promover o espaço de fala para intervenção do quadro clínico. [resumo fornecido pelo autor]