Catequina e epicatequina minimizam a toxicidade induzida pela amiodarona em fibroblasto de pulmão humano (MRC-5)
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Data
2015-12-09Autor
Santos, Luciana Fernandes Silva
Orientador
Salvador, Mirian
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Mostrar registro completoResumo
A amiodarona é um dos fármacos mais usados para o tratamento de arritmias cardíacas, tanto ventriculares como supraventriculares. Apesar de sua eficácia, o uso da amiodarona está associado a vários efeitos adversos, incluindo a toxicidade pulmonar. O mecanismo pelo qual a amiodarona causa lesão nas células pulmonares humanas não é inteiramente conhecido, mas estudos em cultura de células hepáticas humanas e pulmonares de ratos têm sugerido que a disfunção mitocondrial e o estresse oxidativo têm um papel importante na citotoxicidade da amiodarona. Os compostos fenólicos, incluindo catequina e epicatequina são amplamente distribuídos na natureza e conhecidos por sua capacidade de reduzir o estresse oxidativo. Além disso, alguns compostos fenólicos são capazes de modular a atividade mitocondrial. Em vista disso, o objetivo deste trabalho foi avaliar a capacidade dos compostos fenólicos catequina e epicatequina em a disfunção mitocondrial e os danos oxidativos causados pela amiodarona em células de fibroblasto de pulmão humano (MRC-5). Para atingir os objetivos as células MRC-5 foram tratadas com diferentes concentrações de catequina e epicatequina e após foram expostas a amiodarona 100 μM. A disfunção mitocondrial foi determinada através da atividade do complexo I da cadeia de transporte de elétrons e a biossíntese de ATP usando kits específicos. A viabilidade celular foi avaliada através do ensaio de 3-[4,5- dimetiltiazol 2-il]-2,5 difenil brometo de tetrazolina. A atividade das enzimas superóxido dismutase e catalase foram determinadas espectrofotometricamente. Os danos oxidativos a lipídeos e proteínas foram verificados através dos ensaios de substâncias reativas ao acido tiobarbitúrico e a proteínas carboniladas, respectivamente, e os níveis de óxido nítrico foram avaliados usando o método de Griess. Os resultados mostraram que a amiodarona inibiu a atividade do complexo I da cadeia de transporte de elétrons em 53% e a biossíntese de ATP em 9,5% e tanto a catequina como a epicatequina foram capazes de evitar estes efeitos em todas as concentrações (5, 10, 20 μM) testadas. Verificou-se que a amiodarona reduziu a atividade das enzimas superóxido dismutase e catalase (indicando produção de superóxido e peróxido de hidrogênio) e aumentou os danos oxidativos a lipídeos e proteínas. Os compostos fenólicos catequina e epicatequina foram capazes de minimizar as alterações no metabolismo redox induzidos pela amiodarona e aumentar a viabilidade nas células MRC-5. Catequina e epicatequina reduziram a depleção de óxido nítrico causada pela amiodarona. Este trabalho mostrou, pela primeira vez, que o mecanismo de toxicidade da amiodarona em células MRC-5 está associado à disfunção mitocondrial, principal causa de geração de dano oxidativo celular e que estes efeitos tóxicos são em parte reduzidos pela catequina e epicatequina. Embora outros estudos sejam necessários, estes dados abrem novas perspectivas para estudos visando o desenvolvimento de medicamentos que minimizem os efeitos tóxicos da amiodarona.