Autenticidade, escolha e autonomia: o indivíduo acima da ética e da estética em Kierkegaard
Abstract
A maneira como Kierkegaard constrói a obra Ou Isto Ou Aquilo, é tão original como a sua filosofia. Travestida de literatura, com um enredo um tanto fantástico, ficou conhecida por trazer pela primeira vez a ideia dos estádios da existência. A obra, porém, é um tratado sobre a natureza da escolha e consequência, não do ponto de vista moral, heterônomo, mas sim do ponto de vista da verdade individual. Kierkegaard parece percorrer o hedonismo, e não encontrar as respostas. Parece investigar a natureza da ética e não encontrar repouso. Embora ainda em rudimento, e mesmo com um texto profundamente enigmático, começa a flertar com a idéia de um retorno ao irracionalismo, que vai amadurecer em suas fases posteriores. O exercício de questionamento de uma estruturação eficiente da eudaimonia para além de fundamentos heterônomos carentes de fundamentação necessária parecem ser inaugurados por Kierkegaard, que cronologicamente antecede outros pensadores que seguem esta mesma linha. [resumo fornecido pelo autor]