A imprescindibilidade do pensamento de Enrique Leff vem se configurando como um requisito crescente dentre as pesquisas jurídicas, mas não somente nesse lugar, alçando os voos do imaginário social, ambiental, racional, do lúdico que habita o ser ávido por esperançar um caminho melhor, mais humano, mais ambiental, mais vivo, que respeite o outro que existe em cada ser, em cada cultura, em cada gota que pulsa na Terra, em cada povo que habita a História, a origem, as raízes do ser e do existir. Há cerca de vinte anos, os textos e livros do Leff se concretizaram como referência obrigatória nas pesquisas do que se chamou de Direito e sustentabilidade, mas também poderia ser Direito Ambiental, que hoje pode alcançar o Direito Ecológico e, assim por diante, dentre meus escritos, minhas orientações e, assim, por consequência, nas dissertações, teses, em artigos e capítulos de livros dos quais participei e os quais orientei. Ao mesmo tempo, fundei o Grupo de Pesquisa CNPq, com a amiga e Profa. Hertha Urquiza Baracho, Saberes ambientais: homenagem a Enrique Leff, formado por muitos professores, estudantes, pesquisadores, que se consolidou ao longo dos anos, com o constante ingresso espontâneo de novos alunos e pesquisadores, difundindo e aplicando as teorias e categorias de Leff, no Direito e nas Ciências Sociais Aplicadas. Para além da Epistemologia Ambiental, da Racionalidade Ambiental e dos Saberes Ambientais, com Enrique Leff se descortinou uma forma nova de pensar e olhar para o Direito e para os fatos, permitindo também uma nova racionalidade jurídica, que atende aos chamados da Terra, da natureza e dos Povos Tradicionais que habitam o Planeta, a partir de uma nova racionalidade jurídica, com novo olhar que transcenda barreiras, que ainda ocupem o imaginário jurídico e social, no contexto da complexidade ambiental e da crise civilizatória.