Traçados poéticos e ensino de história: tecendo espaços a partir dos versos de Castro Alves
Resumo
Essa pesquisa se inscreve no campo do Ensino de História e tem como principal eixo temático a análise de aspectos do cotidiano escravo na poesia de Castro Alves - especialmente nos poemas A Canção do Africano (1863) e O Navio Negreiro (1868), ambos constituintes da obra Os Escravos -, apurando possibilidades de articular discursos literários e historiográficos na construção de saberes sobre a escravidão no Brasil durante a segunda metade do século XIX. Esse estudo propõe ainda, a elaboração de um recurso didático que diz respeito à produção de uma Sala Temática referente à escravidão e à cultura afro-brasileira, tendo por base os poemas mencionados anteriormente. Ao deslocar a atenção para o contexto educacional, é reservado espaço para a reflexão acerca da importância da difusão de práticas de leitura na escola, dos possíveis usos da literatura enquanto fonte para o ensino de História e da necessidade de implantar ações educativas de acolhimento da diversidade cultural e social brasileiras no âmbito escolar. As construções teóricas de Michel de Certeau, divulgadas na obra A invenção do cotidiano (2005), e de Hans Ulrich Gumbrecht (2010), relacionadas à produção de presença, servem como principais referências para essa investigação que também é balizada por outros estudiosos referenciados ao longo do texto dissertativo. Para resolução da problemática definida inicialmente seria necessário percorrer um caminho teórico e prático, este último resultante da participação ativa dos estudantes na estruturação e organização do produto cultural que integra essa pesquisa. Todavia, devido às ações de distanciamento social e restrições de circulação em determinados espaços do ambiente escolar, a proposta da Sala Temática foi apresentada por meio de um projeto com imagens renderizadas. [resumo fornecido pelo autor]