Desafios dos laboratórios de impressão 3D na produção de dispositivos de saúde para apoio ao enfrentamento da pandemia da COVID-19
Date
2022-12-12Author
Ponte, Francisco Sávio
Orientador
Costa, Carlos Alberto
Metadata
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A pandemia da COVID-19 trouxe um desafio no desenvolvimento ágil de produtos que pudessem atender de maneira eficaz as necessidades do sistema de saúde nacional. Parte da demanda foi atendida por laboratórios de apoio à inovação, destacando-se aqueles que fizeram uso de tecnologias tridimensionais e impressão 3D. Esta dissertação apresenta uma discussão sobre os desafios na fabricação de produtos para a área da saúde alcançados por meio de impressão 3D em diferentes laboratórios e empresas brasileiras, que fizeram uso de tecnologias de impressão 3D durante o período de enfrentamento à pandemia. Para isso foi realizada uma pesquisa qualitativa por meio de entrevistas em profundidade com responsáveis por esses laboratórios e ambientes. O roteiro de entrevista foi composto por perguntas abertas e os dados coletados foram submetidos à análise de conteúdo utilizando o software NVivo resultando em 44 temas de análise que foram agrupados em 7 categorias e 31 subcategorias temáticas divididas em 3 grandes blocos: (i) categorização do ambiente; (ii) atuação do ambiente antes da pandemia e (iii) atuação do ambiente durante a pandemia. O presente estudo inovou ao explorar o tema a partir da perspectiva de distintos ambientes de prototipagem 3D localizados em diferentes regiões do Brasil. Constatou-se que a análise comparativa desses ambientes e de suas respectivas implementações de mudanças e adaptações durante o período de enfrentamento à pandemia para a prototipagem em 3D de novos insumos da área de saúde trouxeram novas perspectivas para a promoção de avanço tecnológico e novos meios de interação com governo, empresas e cidadãos. Em termos de desempenho, laboratórios do nordeste, apesar de iniciarem suas atuações na área de saúde a partir da pandemia, conseguiram registrar novas patentes e colocar estes dispositivos no mercado em reduzido período e atribuíram a sua performance a colaboração entre setores públicos e privados, especialmente governos, universidades e indústrias. Os ambientes de inovação do sul-sudeste permaneceram com as mesmas pesquisas e dispositivos da área de saúde pré-pandemia, não desenvolveram novos produtos ou patentes e limitaram-se a replicar faceshields já disponíveis em repositórios. O estudo mostrou a importância e benefícios de ações coletivas e organizadas pelo poder público e privado, que, quando bem-organizadas e geridas, impactam na performance destes ambientes e no avanço tecnológico por meio do surgimento de novos produtos. Além disso, dentro da perspectiva dos entrevistados, identificou-se novos entendimentos e direcionamentos para agendas de pesquisa futuras dentro e fora da área de saúde. Como limitação do estudo, é citado o tamanho e a distribuição geográfica da amostra. Por tratar-se de um período de pesquisa e coleta de dados que ainda exigia o isolamento físico de grande parte da população, as entrevistas foram realizadas por meio virtual, o acesso aos laboratórios in loco ficou restrito aos situados na região nordeste. [resumo fornecido pelo autor]