Formação inicial de professores e autonomia: um estudo com estudantes e docentes de licenciaturas da área de ciências exatas
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Data
2023-02-28Autor
Peruchin, Débora
Orientador
Morés, Andréia
Metadata
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A presente pesquisa foi realizada tendo em vista o objetivo de analisar como a formação de professores propicia que os estudantes de licenciaturas da área de ciências exatas desenvolvam sua autonomia em seus percursos acadêmicos. Realizou-se o mapeamento de publicações recentes em periódicos da área da educação para a leitura de produções sobre a formação inicial de professores, destacando-se na busca realizada a formação de professores para o desenvolvimento dos sujeitos por meio da educação. O referencial teórico desta pesquisa abordou a formação inicial de professores, apresentando legislação e histórico no Brasil, assim como seu panorama no país (GATTI, 2010; NÓVOA, 2012, 2017; PIMENTA, 1999; TARDIF, 2011), sendo ressaltada sua relevância para a formação humana dos sujeitos. A formação de professores está inserida em um contexto de reflexões sobre o conhecimento, a profissão de professor e a formação humana, estando previstas por legislação atividades para o desenvolvimento da autonomia do estudante em formação (BRASIL, 2015). Foi abordado o conceito de autonomia e sua relação com a educação com base em Freire (2001, 2015, 2016, 2017a), Pitano e Ghiggi (2009), Guzzo (2002), Contreras (2002) e Nóvoa (2012, 2017). Considera-se a autonomia como processo em que o sujeito se desenvolve criticamente, problematiza a realidade e nela intervém. Inserida na educação, a autonomia é potencializada por meio de uma educação emancipatória. A pesquisa configurou-se como qualitativa e inspirada no estudo de caso. Os sujeitos participantes foram estudantes e docentes de cursos de licenciatura da área de ciências exatas de uma universidade comunitária do sul do Brasil. O corpus foi constituído pela transcrição das entrevistas semiestruturadas realizadas com os sujeitos e foi analisado a partir da Análise Textual Discursiva (MORAES; GALIAZZI, 2006, 2007). As categorias emergentes do processo de análise apontaram para a influência da formação inicial de professores a partir: do currículo dos cursos; das vivências dos estágios curriculares; e dos relacionamentos sociais. O metatexto elaborado no processo de análise apontou para a relevância de um currículo comprometido com o desenvolvimento dos estudantes, com a oferta de disciplinas em que são propiciadas reflexões e discussões sobre a realidade. Os estágios curriculares foram destacados pelas oportunidades de estabelecer relações entre a prática e as teorias estudadas e pelo contato dos estudantes com a comunidade. Foram ressaltados, ainda, os relacionamentos sociais na formação inicial de professores, tendo em vista a importância da convivência dos estudantes com seus pares e com docentes para seu desenvolvimento pessoal e profissional, considerando-se as relações de respeito e de aprendizagem com o outro, assim como a possibilidade de repensar a educação e o mundo a partir do contato com o diferente. Esta pesquisa investigou o desenvolvimento da autonomia dos estudantes por meio da formação inicial de professores e considera a necessidade de discussões em favor do desenvolvimento da autonomia para a constatação e intervenção no mundo. Defende-se que o currículo dos cursos, as vivências dos estágios curriculares e os relacionamentos sociais propiciam o desenvolvimento da autonomia dos estudantes da área de ciências exatas em seus percursos acadêmicos. [resumo fornecido pelo autor]