A popularização da ciência em uma universidade comunitária : as reverberações dos projetos de pesquisa na ótica do pesquisador
Visualizar/ Abrir
Data
2023-03-06Autor
Piccoli, Marcia Speguen de Quadros
Orientador
Stecanela, Nilda
Metadata
Mostrar registro completoResumo
Esta pesquisa de tese foi desenvolvida com o objetivo de identificar a percepção da popularização da ciência por parte dos pesquisadores com Bolsa de Produtividade em Pesquisa do CNPq, de uma Instituição de Ensino Superior Comunitária - ICES, em relação aos seus projetos de pesquisa, para identificar indicadores que favoreçam o processo de interação entre a ciência e o senso comum. A pergunta mobilizadora do estudo acolheu a seguinte formulação:
Quais indicadores podem favorecer a prática da popularização da ciência nas Instituições de Ensino Superior, considerando a percepção sobre o tema, por parte dos pesquisadores bolsistas de produtividade em pesquisa do CNPq de uma instituição de ensino superior comunitária? O embasamento teórico que sustentou o estudo foi fundamentado pelo conceito de abertura para o diálogo de Paulo Freire (1967; 1983; 1987; 1996; 1999); pelas dimensões de análise relacionadas à anatomia das Instituições de Ensino Superior (valor, função e interação) apresentadas por Tristan McCowan (2015; 2016; 2017; 2018) e sobre o papel da ciência no contexto social contemporâneo proposto por Boaventura de Souza Santos (2003; 2007; 2008; 2009; 2018). Vários procedimentos foram adotados para o cercamento do objeto de pesquisa em questão, entre os quais, a revisão sistemática de literatura (Akobeng, 2005; Vosgerau e Romanowski, 2014; Costa e Zoltowski, 2014), as entrevistas narrativas, orientadas por Moraes (2002, 2003, 2003a) e Stecanela (2012) e a análise textual discursiva, conforme proposta por Moraes e Galiazzi (2007). A amostra da pesquisa envolveu a participação de dez pesquisadores com Bolsa de Produtividade Científica do CNPq de uma ICES, de um total de 28 docentes, por meio de convite e adesão espontânea. Das narrativas analisadas emergiram cinco categorias que revelaram a observação dos pesquisadores em um movimento de percepção de si, do outro, um olhar crítico sobre a popularização da ciência, sobre a gestão da popularização da ciência e de reflexividade sobre as aprendizagens na trajetória de pesquisador. Essas categorias, advindas do material empírico, em consonância com as teorias acessadas e a autoria investigativa, propiciam a sugestão de três indicadores para a popularização da ciência: a) gestão do conhecimento; b) cultura científica e c) cooperação. Esses resultados favorecem a defesa da tese sobre a necessidade de políticas que fomentem a popularização da ciência nas ICES, enquanto instituições comunitárias que preconizam o bem comum, de modo a induzir essa prática por meio de valorização, apoio e reconhecimento da importante e indispensável interação entre a ciência e o senso comum. [resumo fornecido pelo autor]