A química esquemática na violência contra a mulher por parceiro íntimo em casais heteroafetivos
Mostra/ Apri
Data
2022-12-14Autore
Cagnini, Camila de Lima
Orientador
Lhullier, Cristina
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A construção deste trabalho de conclusão de curso parte do reconhecimento de que a química esquemática, conceito da Terapia do Esquema para Casais, é central na compreensão da escolha e da manutenção dos relacionamentos conjugais. Com base na investigação do contexto de violência contra a mulher por parceiro íntimo, busca-se identificar a possível dinâmica esquemática envolvida na violência contra a mulher por parceiro íntimo em casais heteroafetivos. Como objetivos específicos, apresenta-se um panorama dos principais conceitos da Terapia do Esquema, define-se a Terapia do Esquema para Casais, com ênfase no conceito de química esquemática, conceitua-se violência contra a mulher por parceiro íntimo na perspectiva dos estudos de gênero e caracteriza-se casais heteroafetivos na perspectiva dos estudos da psicologia. A revisão da literatura organiza-se com base nos objetivos específicos propostos. O delineamento consiste em uma pesquisa qualitativa, exploratória e interpretativa. Como fontes, foram selecionadas 20 cenas do filme Vidas Partidas. Enquanto instrumentos, as fichas de documentação viabilizaram a organização e codificação dos dados. Os dados foram interpretados na perspectiva da análise de conteúdo de Laville e Dionne, sendo elaboradas duas categorias: Ciclo de Violência Contra a Mulher por Parceiro Íntimo e o Ciclo de Enfrentamento do Casal; e Esquemas Iniciais Desadaptativos e Modos Esquemáticos. Na primeira, obteve-se a violência psicológica como a mais frequente, sendo o ciclo hipercompensador/hipercompensador o mais utilizado pelo casal. Na segunda, identificou-se os esquemas presentes em cada cônjuge, e os modos esquemáticos utilizados como enfrentamento. A discussão desenvolve-se em uma leitura da dinâmica da química esquemática do casal e do ciclo de violência que decorre desta e a sustenta. A química esquemática aponta para uma relação de poder entre os cônjuges, com esquemas iniciais desadaptativos (EIDs) e modos esquemáticos associando-se aos motivadores e desfechos da violência contra a mulher por parceiro íntimo. Após, é realizada uma leitura crítica de aspectos sociais e culturais que perpassam a ativação de EIDs e a perpetuação deste tipo de violência. Entende-se que a complementaridade da química entre os esquemas de arrogo/grandiosidade e desconfiança/abuso de Raul, com o esquema de subjugação de Graça, favorece uma dinâmica de dominação no casal retratado no artefato cultural. Os comportamentos violentos são utilizados como um modo de enfrentamento desadaptativo diante das ativações dos EIDs e contribuem no reforçamento da química esquemática. A Terapia do Esquema para Casais pode contribuir tanto no entendimento quanto na intervenção terapêutica da violência contra a mulher por parceiro íntimo ao buscar modificar os padrões de interação entre os cônjuges, por meio da flexibilização da química esquemática e dos EIDs. Também, pode contribuir para a evitação da repetição do ciclo de violência, permitindo que as pessoas compreendam o porquê se envolvem em relacionamentos abusivos e violentos. [resumo fornecido pelo autor]
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- Psicologia - Bacharelado [243]