Desenvolvimento de filme polimérico à base de hemicelulose extraída de serragem de Mezilaurus itauba e Pinus eliottii
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Data
2023-08-21Autor
Soldera, Roberta
Orientador
Poletto, Matheus
Metadata
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Visando unir a sustentabilidade com o desenvolvimento econômico, é crescente a utilização de matérias-primas de fontes renováveis como alternativa para a produção de biofilmes. Os resíduos gerados no processamento da madeira correspondem à aproximadamente 50 % do seu volume inicial e sendo geralmente destinados a incineração para geração de energia, deixam de ser explorados como fonte de polissacarídeos promissores no desenvolvimento de novos materiais. Representando cerca de 20 % da composição da Mezilaurus itauba (ITA), espécie nativa do norte brasileiro utilizada amplamente no ramo madeireiro, e 24 % do Pinus elliottii (PIE), espécie amplamente cultivada no sul do Brasil utilizada em indústrias de celulose e de construção civil, a hemicelulose é um polissacarídeo amorfo estudado para aplicação desde a produção combustíveis até o desenvolvimento de filmes e géis. Nesse estudo a hemicelulose foi removida das serragens das madeiras livres de extrativos e caracterizada por FTIR e termogravimetria, onde foi constatada sua presença por meio das bandas e picos de degradação característicos das polioses. O método de extração testado não se mostrou eficiente para a remoção de hemicelulose da ITA, portanto utilizou-se apenas o conteúdo hemicelulósico extraído do Pinus em concentrações de 2 %, 3 % e 4 % (m/v), para o desenvolvimento dos filmes por casting depositados em superfície de politetrafluoretileno, que em seguida tiveram suas propriedades morfológicas, físicas, termogravimétricas e mecânicas analisadas. Os filmes apresentaram estrutura densa e sem poros com espessuras médias variando entre 0,1034 e 0,1451 mm, porém com a presença de contaminantes vistos nas microscopias e identificados como cloreto de sódio na análise EDS. Os espectros de FTIR dos filmes foram semelhantes para todas as concentrações de hemicelulose, porém a termogravimetria mostrou maior estabilidade térmica e maior teor de cinzas para o filme de 4 % (m/v). Mecanicamente, os filmes apresentaram alongamentos que variaram de 0,86 % a 2,25 %, e baixa resistência à tração possivelmente devido aos cristais de sal, dado que o filme hemicelulósico mais resistente (4 % (m/v)) suportou uma tração de 0,64 ± 0,02 MPa. Apesar da fragilidade dos filmes eles apresentaram a tendência de aumento da espessura, estabilidade térmica e resistência a tração com o aumento do teor da hemicelulose, que podem ser melhorados com o aperfeiçoamento da purificação da hemicelulose extraída. O estudo indicou a possibilidade de uso da hemicelulose extraída das madeiras de ITA e PIE para o desenvolvimento de filmes poliméricos. [resumo fornecido pelo autor]