Entre tramas e vinhos: a imaterialidade no uso de vimes entrelaçada ao cultivo da uva e à elaboração de vinhos
Datum
2023-10-02Autor
Mazzarotto, Graziela
Orientador
Cescon, Juliane Petry Panozzo
Metadata
Zur LanganzeigeZusammenfassung
Esta dissertação, intitulada "Entre tramas e vinhos", é o resultado de um trabalho de investigação desenvolvido durante o curso de Mestrado Profissional em História, da Universidade de Caxias do Sul, na linha de pesquisa "Linguagens e Cultura no Ensino de História". Com a pretensão de ressaltar a importância da salvaguarda da cultura imaterial, foi utilizada a metodologia da História oral, aplicada por meio de entrevistas a moradores da cidade de Flores da Cunha, no Rio Grande do Sul, sobre o uso de vimes relacionado ao cultivo de uvas e à elaboração de vinhos, que é legado dos imigrantes europeus no sul do Brasil. Principalmente, buscou-se saber se a comunidade local reconhece e percebe a importância da preservação des a prática na vitivinicultura. O referencial teórico alicerçou-se, portanto, nos conceitos de memória, desenvolvidos, dentre outros, por Candau (2011) e Halbawchs (1990). Os escritos sobre a transição da memória para a constituição do patrimônio, a diferença entre patrimônio material e imaterial, a importância do patrimônio e de uma consciência histórica, os instrumentos para o reconhecimento de bens culturais e o incentivo à conservação e valorização foram alicerçados respectivamente nas obras de Smith (2006), Poulot (2009), Pelegrini e Funari (2017), em registros da Unesco (1989) e da Constituição do Brasil de 1988. A História local, que também faz parte da metodologia de pesquisa, é teorizada com base em Cavalcanti (2018), Monteiro (2010) e Nicolini (2006); e os apontamentos sobre História oral tiveram como embasamento os conceitos de Portelli (2016) e Alberti (2006). A manutenção dos saberes e fazeres da comunidade-alvo desta pesquisa, que guarda em suas tradições e costumes a herança da imigração italiana no Brasil do final do século XIX, é discutida a partir do relato dos entrevistados, da bibliografia local, como os textos dos memorialistas Boscato (1994) e Molon (2009), e de sites e obras literárias relacionadas à imigração, agricultura e patrimônio. Como proposta de produto final para este mestrado profissional, foi apresentada uma exposição temática dos temas desta dissertação, para evidenciar o entrelaçamento de uvas, vimes e vinhos enquanto patrimônio vivo entre os seres sociais que formam a comunidade de Flores da Cunha.
O acesso a esse conteúdo é possível através de um QR Code, disponibilizado à Prefeitura Municipal de Flores da Cunha como forma de abranger todos os munícipes e quem mais possa ter interesse no tema. A relevância deste trabalho está em possibilitar um diálogo, pela memória, entre gerações que compartilham essa herança imaterial na fabricação de vinhos, e também em significar a passagem do processo do manual artesanal para o processo industrial, que igualmente se associam, no mesmo legado cultural. [resumo fornecido pelo autor]