Até que a morte nos separe: contribuições da avaliação neuropsicológica no feminicídio
Fecha
2023-12-07Autor
Nadal, Nicole Mezzomo
Orientador
Lhullier, Cristina
Metadatos
Mostrar el registro completo del ítemResumen
Feminicídio é classificado como uma morte violenta, motivada pela condição de ser mulher. No contexto do sistema judiciário brasileiro, a avaliação neuropsicológica de autores de feminicídio se apresenta como possibilidade de atuação do profissional da psicologia. O presente trabalho tem como objetivo geral identificar possíveis contribuições da avaliação neuropsicológica de autores de feminicídio no contexto da violência de gênero contra mulheres. Foram propostos como objetivos específicos: apresentar os objetivos e as técnicas da avaliação neuropsicológica; elaborar um panorama histórico, social e cultural da violência de gênero no contexto brasileiro; e caracterizar o feminicídio como crime no contexto brasileiro. Os assuntos que compõem a revisão da literatura alinham-se aos objetivos específicos. A investigação possui um delineamento qualitativo e exploratório. Como fontes foram utilizados quatro documentários brasileiros, disponíveis na plataforma YouTube: Documentário | Eles Matam Mulheres; Feminicídio | Documento Jovem Pan; Até que a Morte nos Separe - Um Filme Documentário sobre Feminicídio; e Documentário Feminicídio - A Realidade Brasileira. Foi elaborada uma tabela com as cenas selecionadas, as quais foram classificadas em temáticas. Como referencial de análise utilizou-se a análise de conteúdo de Laville e Dionne, com modelo de categorização misto e a técnica de interpretação da construção iterativa de uma explicação. Para os resultados, foram construídas duas categorias: Violência doméstica e contexto brasileiro e Feminicídio no contexto brasileiro. A discussão se estruturou em torno de três tópicos: Panorama cultural das dinâmicas e crenças sociais, Perfis de homens autores de violência doméstica e de homens feminicidas e Possíveis contribuições da avaliação neuropsicológica. Os resultados e discussão apontam que o feminicídio é um crime com um perfil singular, não podendo ser reduzido ao último estágio da violência de gênero. Esse crime reflete a influência da cultura patriarcal tanto na dinâmica das relações entre os gêneros, quanto no sistema de crenças de autores de feminicídio, que pode ser avaliado através das funções cognitivas de processos de aprendizagem, linguagem, personalidade e julgamento. A avaliação cognitiva dessas funções contribui para que mitos e crenças sejam desmontados, como as relações de poder assimétricas, a demonstração de amor e interesse através do ciúme exacerbado e tentativas de posse e submissão, e a consideração de que matar é uma opção pela falta de consequências punitivas para ações criminosas. Desse modo, sugere-se o aprofundamento no tocante aos fatores culturais e sociais a respeito das dinâmicas de gênero que naturalizam e sustentam a violência de gênero e o crime de feminicídio, bem como, a criação de instrumentos qualitativos e quantitativos para a avaliação dos autores do crime de feminicídio. [resumo fornecido pelo autor]
Colecciones
- Psicologia - Bacharelado [243]