Avaliação da evolução do estado de degradação ambiental das bacias hidrográficas urbanas de Caxias do Sul/RS como subsídio ao planejamento urbano
Mostra/ Apri
Data
2024-02-22Autore
Menegat, Daniela
Orientador
Panizzon, Tiago
Metadata
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As atividades humanas têm causado degradação dos corpos hídricos ao longo do tempo. A compreensão da evolução da qualidade da água no tempo e espaço, é uma ferramenta que permite evidenciar o impacto das ações antrópicas sobre o meio e subsidiar tomada de decisões quanto a preservação e a conservação ambiental considerando-se a dependência humana de
água em boa qualidade e quantidade e seus usos múltiplos. Nesse contexto, o objetivo geral desse trabalho foi avaliar o estado de degradação ambiental das bacias hidrográficas urbanas do município de Caxias do Sul como subsídio ao planejamento urbano com base principalmente na evolução da qualidade da água e do uso do solo urbano. Foram analisados os dados de campanhas bimestrais no ano de 2022, num total de 23 parâmetros abrangendo 6 sub-bacias urbanas do município. Os resultados de qualidade da água do ano de 2022 foram comparados aos resultados de qualidade da água do estudo realizado nos anos de 2012 a 2014 a fim de se compreender a evolução no tempo e a relação com a configuração urbana nas sub-bacias de estudo. Os resultados obtidos foram utilizados para o cálculo do Índice de Qualidade da Água (IQA), Índice de Estado Trófico (IET), Índice de Toxicidade (IT) e o Índice de Conformidade ao Enquadramento (ICE). Os resultados foram tratados estatisticamente com o uso da estatística
multivariada através da Análise de Agrupamentos (AA) e Análise de Componentes Principais (ACP) e a análise da estatística descritiva dos resultados das variáveis. Os resultados de IQA e IET demonstram que as sub-bacias estudadas possuem a contaminação por efluentes domésticos nos seus corpos hídricos. A sub-bacia do Tega, além da contaminação doméstica, apresenta a contaminação por efluente industrial, resultado esse observado pelo IT. Ressalta-se que o Tega é a sub-bacia com o maior número de empresas com autorização para lançamento de efluentes e a que possui o maior número de habitantes com base no Censo de 2010. A análise
estatística da ACP, resultou em três componentes principais, sendo que esses componentes acabaram auxiliando nos índices de qualidade da água, onde a CP1 refletiu o IQA, a CP2 o IET e a CP3 refletiu parcialmente o IT, pois não apresentou o nitrogênio amoniacal. Sendo assim sugere-se que os próximos estudos relacionados ao IT possam desconsiderar o nitrogênio amoniacal da análise, facilitando o entendimento da contaminação industrial dos corpos hídricos. O nitrogênio amoniacal está associado a contaminação doméstica, e outros índices como o IQA, auxiliam no entendimento desse tipo de contaminação. A ACP acabou demonstrando que não se utilizaram índices redundantes no estudo, sendo que o ICE refletiu a média dos resultados da análise estatística citada e ainda auxiliou no entendimento da AA. Os dados da análise urbana demonstraram que em 2010 Caxias do Sul possuía uma taxa de urbanização de 94% e aproximadamente 40% da população residia na sub-bacia do Tega. Tais resultados demostram a importância de estudos desse caráter a fim de que possam auxiliar o poder público na gestão das águas do seu território, compreendendo as fontes de contaminação, bem como as ações prioritárias a serem definidas. [resumo fornecido pelo autor]