O ensino médio na Serra Catarinense diante da implementação da BNCC: (im)possibilidades e desafios no atual cenário
Visualizar/
Data
2024-06-06Orientador
Rosa, Geralto Antônio da
Metadata
Mostrar registro completoResumo
A presente tese apresenta estudo realizado na Linha de Pesquisa História e Filosofia da Educação, do Doutorado Interinstitucional (DINTER) de Pós-Graduação em Educação da Universidade de Caxias do Sul/RS - UCS e da Universidade do Planalto Catarinense de Lages/SC - UNIPLAC. Diante das inquietações sobre o processo de implantação do Novo Ensino Médio e quais seriam os desafios enfrentados no processo de implantação do Novo Ensino Médio em uma escola da rede pública da Serra Catarinense, diante do atual cenário, e que possíveis diretrizes poderiam ser construídas a partir dessa experiência. Para compreender esse contexto, foi necessário considerar os objetivos de análise, a elaboração do caminho metodológico que guiou o estudo/pesquisa. A abordagem da pesquisa caracterizou-se como qualitativa, no sentido de buscar os significados e sentidos através da vivência dos sujeitos envolvidos na pesquisa. Como procedimentos técnicos, para o desenvolvimento foi utilizada a abordagem de pesquisa bibliográfica e documental. A pesquisa contou com 22 sujeitos entre professores e gestores, sendo os instrumentos de construção de dados, questionário com perguntas abertas e fechadas para os professores e entrevista semiestruturadas, para gestores. Já a análise da coleta de dados foi realizada com base nos princípios da Análise de Conteúdo. O objeto de investigação teve como campo empírico uma Escola de Educação Básica Estadual situada em um dos bairros periféricos de Lages/SC, a qual aderiu à implantação do projeto do Novo Ensino Médio como escola-piloto. Como resultado, não se tem uma conclusão ou definição imutável em relação ao objeto, o que é característica dos estudos em Educação quanto toma o princípio da dialética de que a realidade está em movimento. Chegamos a algumas constatações do processo histórico na relação com a totalidade e as especificidades do objeto em estudo. Partindo dos diálogos realizados com os autores e os sujeitos da pesquisa, podemos inferir que o processo de implantação do Novo Ensino Médio na escola não foi tranquilo, pois conhecer os documentos oficiais não garantiram a apropriação das concepções e das ações que deveriam ser desenvolvidas com os estudantes. Ficou evidente que os professores e gestores estavam procurando desenvolver suas atividades da melhor forma possível, porém não ocorria o planejamento integrado para organizar a articulação entre os Componentes Curriculares. Outra constatação refere-se à dificuldade apresentada por parte dos/as professores/as e gestores/as em compreenderem a estrutura e a materialização do currículo composto por Formação Geral Básica + Itinerários Formativos, e por não conseguirem, inclusive, visualizar a sua viabilidade nas condições reais das escolas e dos próprios docentes. Ficou evidente a necessidade da formação continuada que possibilite/oriente atuar de maneira articulada aos Componentes Curriculares e Técnicos presentes na Base Nacional Comum Curricular (BNCC), com um olhar para a escola, identificando as suas lacunas e necessidades. Nesse mesmo movimento, apareceu a necessidade de trabalhar com a inclusão dos estudantes com necessidades especiais, o que foi evidenciado pela carência de trabalhar com o planejamento integrado e com a formação continuada, pois, dessa forma, é possível compreender os processos de ensino e de aprendizagem dos sujeitos com deficiência, ou não, e intervir sobre eles. Importante destacar que os professores eram favoráveis à manutenção do Novo Ensino Médio, pois se trataria de investimento na Educação, o que viram de forma positiva, porque o estudante demonstra vontade de ingressar no mercado de trabalho já nessa etapa da Educação Básica, o que se constitui em uma tentativa de melhorar e de aproximar o discente do mercado de trabalho e da sociedade. Finalmente, baseada numa concepção de sociedade e de Educação, com a intencionalidade de propiciar igualdade de condições a todos, tendo como diretrizes para a proposta do Ensino Médio Emancipador outro encaminhamento, pela legislação e pela visão do adolescente e jovem do Ensino Médio. [resumo fornecido pelo autor]