Parentalidade autoritária e comportamentos violentos de homens perpetradores de violência sexual
Date
2025-07-11Author
Chizzini, Fernanda Gomes
Orientador
Lhullier, Cristina
Metadata
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A violência sexual contra as mulheres é uma violação dos direitos humanos e um problema de saúde pública, uma vez que, tem como resultado, consequências nas áreas física, psicológica, emocional e social. Tais padrões podem ser aprendidos e internalizados a partir da elaboração de modelos de trabalho interno com base em estilos de parentalidade vivenciados na infância. O presente trabalho de conclusão de curso objetiva identificar possíveis relações da parentalidade autoritária no desenvolvimento de comportamentos violentos de homens perpetradores de violência sexual na perspectiva da teoria do apego. Sendo os objetivos específicos, caracterizar a parentalidade autoritária na perspectiva dos estudos sobre estilos parentais, apresentar os conceitos que compõem a teoria do apego de Bowlby, e caracterizar os homens perpetradores de violência sexual no contexto brasileiro em seus aspectos biopsicossociais. Os objetivos específicos nortearam a elaboração dos tópicos dos resultados. Foi escolhido o delineamento qualitativo, em uma pesquisa de caráter exploratório e descritivo. Como fontes, foram utilizados artigos e livros que contemplassem as temáticas dos estilos parentais, da teoria do apego e da violência sexual pesquisados em bases de dados físicas e digitais. Para cada temática, foi elaborada uma ficha para a organização dos dados. E, como estratégia de análise, foi realizada uma síntese integradora. Os resultados caracterizam o estilo de parentalidade autoritária como apresentando maior exigência e pouca responsividade. Como resultados, pais e/ou cuidadores classificados como autoritários possuem práticas parentais restritivas e alto nível de fiscalização, podendo utilizar a punição como ferramenta para garantir obediência. A teoria do apego ressalta a importância dos vínculos com os cuidadores primários, bem como o suprimento das necessidades básicas das crianças, como base para o desenvolvimento de relações interpessoais futuras. O apego inseguro surge como preditor de comportamentos externalizantes e possível manifestação de comportamentos violentos. Homens perpetradores de violência sexual são descritos, na literatura, como indivíduos impulsivos e instáveis, com vínculos afetivos escassos e provável experiência de abuso na infância. Mais ainda, apresentam dificuldades em aceitar críticas, déficits de comunicação interpessoal e baixo grau de empatia. Na síntese integradora, são propostas relações entre o estilo parental autoritário e a não disponibilidade de figuras de apego, associando-se ao desenvolvimento de apego inseguro. Também percebe-se relações entre parentalidade autoritária, apego ambivalente e perpetração de violência sexual na idade adulta atreladas a vivências de violência na infância e na adolescência. Por fim, ressalta-se o papel da cultura patriarcal na manutenção de comportamentos de violência sexual por parte de homens, dado que esta impulsiona a dominância do gênero masculino e o uso pedagógico desse tipo de violência direcionada às mulheres. [resumo fornecido pelo autor]
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- Psicologia - Bacharelado [282]