Poda curta e mista e sua influência nos aspectos fisiológicos e fenológicos da uva carbernet sauvignon
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Data
2014-05-16Autor
Filippon, Fausto
Orientador
Vanderlinde, Regina
Metadata
Mostrar registro completoResumo
As variedades viníferas (Vitis vinifera), como a Cabernet Sauvignon, possuem alguns compostos, que são responsáveis pela estabilização e harmonia dos vinhos ao longo dos anos, bem como auxilia no combate de doenças cardiovasculares, câncer e favorecem a longevidade. Neste trabalho foram analisadas as características morfométricas, físico-química e bioquímicas de uvas maduras de Cabernet Sauvignon, coletadas de plantas manejadas de duas formas distintas, poda curta (cordão esporonado) e poda mista (Sylvoz), ambas com o mesmo número de gemas por plantas. Os experimentos foram conduzidos durante 2005 e 2006. As análises de compostos fenólicos (antocianinas, taninos e resveratrol) foram efetuadas por cromatografia líquida de alta eficiência (CLAE) e análises espectrofotométricas. As análises físico-químicas (pH, acidez e açúcar) foram feitas como determinado pelo Ministério da Agricultura e do Abastecimento. Os resultados mostraram diferenças significativas nos parâmetros morfométricos, físico-químicos e bioquímicos entre as uvas coletadas em 2005 e 2006, bem como entre uvas obtidas de poda curta e poda mista. No geral, as médias dos tratamentos para poda curta foram maiores do que aqueles para poda mista em quase todos os parâmetros. As concentrações de antocianas e taninos totais foram maiores em 2005, um ano caracterizado por altas temperaturas, dias ensolarados e baixas precipitações. Entretanto, apesar das variações anuais, as uvas obtidas por tratamentos com poda curta exibiram maiores concentrações em taninos totais, mas não em antocianas totais. A concentração de antocianinas, cianidina e peonidina mostraram interação nos fatores ano vrs. poda. No entanto, a concentração de malvidina e delfinidina não variou entre os dois sistemas de poda, indicando que a síntese das antocianinas específicas é diferentemente afetada pelas condições fisiológicas. A concentração de Procianidinas B1, B2, B3 e B4, bem como catequina e epicatequina ficaram quantitativamente maiores em uvas podadas pelo sistema de poda curta. Entretanto, procianidinas B2 e B3 exibiram maiores concentrações em 2005, e procianidinas B1 e B4 em 2006. As concentrações de Resveratrol foram significativamente maiores em 2006, mas não exibiram diferenças significativas entre os sistemas de poda. Considerando todos os parâmetros avaliados neste estudo, o sistema de poda curta mostrou vantagens, quando comparado com o sistema de poda convencionalmente usado nos vinhedos do Rio Grande do Sul, sendo uma alternativa para a obtenção de uvas para vinho de alta qualidade.