Ocupações irregulares na formação do espaço urbano brasileiro : a democracia participativa na gestão do risco de desastres para garantia do direito à moradia e à cidade
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Data
2017-10-05Autor
Santos, Sandrine Araujo
Orientador
Pereira, Agostinho Oli Koppe
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Pretende-se, através da presente pesquisa apresentar, por um lado, um problema tanto social quanto ambiental que é o das ocupações irregulares no espaço urbano brasileiro, por outro, qual a contribuição da democracia participativa neste contexto. Para tanto, o estudo iniciou-se pela análise da Teoria do Risco, nas visões de Ulrich Beck e Anthony Giddens, e sua aplicabilidade para compreensão do risco e de desastres mistos (naturais e antropogênicos) no espaço urbano. Nesta mesma linha, torna-se relevante compreender a abordagem da
vulnerabilidade nesta teoria e sua relação com a exposição a riscos e desastres. Além disso, traz-se a noção da cidade enquanto bem de consumo (mercadoria) como parte de uma análise crítica, a fim de demonstrar os contrastes observados na ocupação do espaço urbano
brasileiro. Feito isso, o próximo momento traz um resgate histórico do processo de desenvolvimento urbano e suas relações com a modernidade, considerando, para tanto, o
desenvolvimento da cidade de Paris, como base para a discussão. Além disso, examinou-se como este processo se deu no território brasileiro, visando verificar a influência do modelo de Paris e a incidência de uma preocupação com planejamento urbano neste local, descrevendo de modo particular, a atual condição de exposição a riscos de desastres mistos nas cidades
brasileiras. Observando elementos de segregação socioespacial, incluindo-se nesta análise a função do Estado dentro desse processo de expansão urbana, aproveita-se o ensejo para verificar o panorama brasileiro quanto à exposição aos riscos mistos, especialmente
relacionados a fortes precipitações hidrológicas. Foram analisadas, dentro deste cenário, a Lei nº 10.257/2001, conhecida como Estatuto da Cidade e a Lei nº 12.608/2012, através da qual foi instituída a Política Nacional de Proteção e Defesa Civil (PNPDC), no intuito de observar a aplicabilidade das mesmas em relação a esses riscos. Por fim, traz-se a proposta de
fortalecimento da democracia participativa, a partir dos espaços locais, como instrumento de gestão do risco no espaço urbano, a fim de que através desta sejam fomentadas medidas de prevenção, mitigação e superação do risco e de eventuais desastres, bem como a segurança dos direitos à moradia, à cidade e ao meio ambiente equilibrado. O método utilizado para o desenvolvimento da pesquisa foi o dialético, adotando-se como procedimento metodológico, a análise de conteúdo, baseada em bibliografias e documentos voltados a solução do problema proposto.