Produção de 2,3-butanodiol por Klebsiella oxytoca e Enterobacter aerogenes a partir de diferentes fontes de carbono e regime de operação
Fecha
2019-06-07Autor
Rossi, Caroline
Orientador
Silveira, Maurício Moura da
Dillon, Aldo José Pinheiro
Metadatos
Mostrar el registro completo del ítemResumen
Diversas fontes de carbono podem ser utilizadas nos processos fermentativos de produção de 2,3-butanodiol (2,3-BDO) e acetil-metil-carbinol (AMC). Esses açúcares podem ser obtidos como subprodutos de indústrias, melhorando a economicidade dos processos. Considerando a indústria sucroalcooleira, hidrolisados resultantes do tratamento do bagaço de cana-de-açúcar
podem ser empregados como fonte de açúcares para este fim. Entretanto, têm baixa concentração de carboidratos, o que compromete a obtenção de altos rendimentos. Portanto, o melaço de cana-de-açúcar, rico em sacarose, poderia ser adicionado, resultando em uma mistura com maior concentração de carboidratos. O objetivo deste trabalho foi avaliar o crescimento microbiano e a obtenção de 2,3-BDO por Klebsiella oxytoca e Enterobacter aerogenes em meio mineral, adicionando-se glicose, xilose, frutose e sacarose, procurando estabelecer bases que possam ser utilizadas em processo com a utilização de mistura da fração rica em pentoses -dos hidrolisados lignocelulósicos- e de melaço de cana-de-açúcar. Os ensaios foram realizados em meio mineral, suplementado com as fontes de carbono, com variadas concentrações, pH inicial
de 5,5, em frascos Erlenmeyer sob agitação recíproca, a 37°C. Sendo também realizados cultivos em regime descontínuo e descontínuo alimentado, em biorreator de bancada. Adicionalmente foi realizado planejamento experimental do tipo composto central para aumentar a produção de 2,3-BDO, pela otimização do pH (5,02 – 7,27) e temperatura (28,8 –39,2 ºC). Estes estudos permitiram escolher entre os microrganismos o mais indicado para fermentação conjunta dos carboidratos testados. Em relação ao emprego dos açúcares de forma isolada, o crescimento celular de ambas as culturas foi favorecido com sacarose. A metabolização de xilose foi mais lenta em função da fase de adaptação bacteriana. Em frascos
agitados, em meio com 60 g/L de xilose, K. oxytoca apresentou produtividade 22% superior em comparação com E. aerogenes.
Nos cultivos em biorreator, conduzidos em regime descontínuo e descontínuo alimentado, com distintas formulações de meio, foi observado o comportamento diáuxico para ambos microrganismos, com o consumo preferencial de glicose, em detrimento
aos outros substratos. K. oxytoca mostrou-se mais apta a metabolizar a mistura de carboidratos testada em regime descontínuo alimentado, com a obtenção de cerca de 75 g/L de 2,3- BDO+AMC, com rendimentos e produtividade superiores aos obtidos com E. aerogenes; sendo portanto a linhagem definida para a continuidade dos estudos. Nos ensaios do planejamento experimental para aumento de rendimento e produtividade, com K. oxytoca, chegou-se a otimização do pH e da temperatura do processo. Com estes parâmetros otimizados, pH 5,7 e 34,5ºC, em cultivo em regime descontínuo alimentado, foi atingido cerca de 80 g/L de 2,3-BDO+AMC, resultando em produtividade de 2,32 g/L/h que é cerca de 50% superior a
encontrada no ensaio sem a otimização destes parâmetros. Pela possibilidade de utilizar misturas de açúcares presentes na fração C5 de hidrolisados lignocelulósicos de bagaço de canade-açúcar e do melaço, tem-se, neste estudo, um conjunto de informações relevantes relacionadas ao emprego destes subprodutos da indústria sucroalcooleira para a produção de
2,3-BDO. Além disso, as informações oriundas do estudo de otimização de pH e temperatura e os dados de regime descontínuo alimentado, viabilizariam estudos em maior escala.