Cooperação e empatia: uma articulação em favor dos fundamentos naturais para a moralidade
Data
2019-12-11Autore
Hiller, Rafael Francisco
Orientador
Silveira, Matheus de Mesquita
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Esta dissertação busca trazer subsídios teóricos e empíricos que possam fundamentar uma abordagem naturalista do fenômeno moral. A moralidade, neste trabalho, é entendida como um fenômeno necessário à manutenção da vida em grupo dos mamíferos sociais de vida complexa. Tal hipótese é defendida a partir da investigação sobre a possibilidade de haver uma relação entre empatia e cooperação dentro do grupo de grandes primatas. Mais especificamente, serão tomadas como estudo de caso as comunidades de chimpanzés (Pan troglodytes verus), devido a esta subespécie ser evolutivamente próxima do Homo sapiens. Esta pesquisa está ancorada pelas investigações realizadas por Hume, principalmente nas discussões em torno da sua proposta de tratar as questões pertencentes ao campo da filosofia moral a partir do emprego de métodos experimentais, bem como por avanços nas ciências biológicas e cognitivas que permitem buscar novas resoluções para as indagações presentes há séculos no campo especulativo da filosofia moral. As pesquisas nestas áreas reforçam a hipótese de que as manifestações de cunho moral possuem uma base emocional, possibilitando um melhor entendimento no tocante à compreensão dos fenômenos desta natureza em mamíferos sociais de vida complexa. Neste sentido, as pesquisas etológicas com primatas fornecem subsídios indispensáveis para a sustentação da hipótese de que algumas emoções aparecem como resposta a certos fatos sociais de grande valia para o grupo. Desta forma, este estudo visa mostrar que os elementos indispensáveis para o surgimento do fenômeno moral estão contidos na estrutura biológica de mamíferos sociais de vida complexa. Os dados empíricos e reflexões teóricas trazidas por esta pesquisa deverão contribuir significativamente para a sustentação do argumento a favor de uma teoria que procura entender a moralidade em bases evolucionistas.