O luto pela perda de um genitor: reflexos em um sujeito em constituição
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Data
2021-07-03Autore
Bonesi, Natália Louise
Orientador
Conte, Raquel Furtado
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O conceito de infância é resultado de um constructo histórico-social relativo ao contexto social e cultural de cada época. Em psicanálise, a infância se diferencia do infantil na medida em que a constituição psíquica do sujeito ocorre a partir das cinco fases do desenvolvimento psicossexual. Em diferentes momentos do ciclo vital, o luto atravessa a vida, com as perdas simbólicas e com as reais. Desse modo, a perda de um genitor na infância ameaça a sobrevivência, despertando o sentimento de desamparo, que é envolto por diferentes fatores pessoais. Os adultos, especialmente a família, desempenham um papel crucial no processo de elaboração do luto da criança. Assim, sendo este o foco do presente trabalho de conclusão de curso, tem-se por objetivo geral discutir as possíveis implicações do luto pela perda de um genitor na constituição psíquica pelo viés psicanalítico. Foram analisados recortes de cenas do filme Verão 1993 (Simón, 2017), os quais foram agrupados nas seguintes categorias: Categoria A - O Sentimento de Desamparo pelo Não-dito; Categoria B - Tentativas de Aproximação com o Objeto Ausente; Categoria C - O Trabalho do Luto a partir de uma Ausência Real. A partir disso, foi possível identificar que o desamparo vivido pela criança frente à ausência da mãe foi acentuado pelo não-dito, o que gerou angústia e impediu a simbolização da perda. Por meio do brincar, a criança realiza tentativas de aproximação com o objeto ausente, despertando fantasias de um possível reencontro. Em meio ao não-dito, a criança busca simbolizar a ausência da mãe, bem como investir em novos objetos. Dessa forma, a elaboração do luto se mostra possível a partir do dito, com o entendimento da irreversibilidade da perda, podendo, assim, sentir e ter a garantia de ser amparada. A partir dos resultados, é possível concluir que o brincar mostra-se importante nesse processo, pois possibilita à criança a simbolização da perda. Da mesma forma, uma nova figura de ligação e a honestidade do dito podem conferir à criança o cuidado e o amparo que ela necessita, bem como a presença de pessoas orientadas sobre o processo do luto e atentas às demandas da criança. [resumo fornecido pelo autor]
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- Psicologia - Bacharelado [243]