As origens da violência contra a mulher a partir da "questão social" no Brasil
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Data
2021-07-15Autor
Colório, Camila
Orientador
Corrêa, Laís Duarte
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O presente estudo se constitui em um Trabalho de Conclusão de Curso cujo tema central é a violência contra a mulher e a "questão social" no Brasil, tendo o seguinte problema de pesquisa: Como se constitui a violência contra a mulher a partir da "questão social" no Brasil? O objetivo geral foi Compreender como se constitui a violência contra a mulher a partir da "questão social" no Brasil com vistas a contribuir para a reflexão, visibilidade e desnaturalização deste fenômeno, tendo em vista o aumento dos casos de violência contra a mulher na contemporaneidade, e consequentemente durante a Pandemia do Covid-19. Para compreender o objeto de estudo do presente trabalho, foi utilizado o método materialista histórico-dialético, a partir das categorias totalidade, contradição, mediação e historicidade que foram utilizadas para compreender a violência contra a mulher no Brasil. Trata-se de um estudo qualitativo, para o qual se utilizou da realização de pesquisa bibliográfica a partir de teses/dissertações, textos, artigos e livros sobre a temática deste trabalho. A partir do estudo realizado, buscou-se apreender a "questão social" a partir da teoria marxiana, na lei geral da acumulação capitalista, que explica que quanto maior a riqueza social e o capital tornando-se potência social, maior é a pobreza que atinge a população trabalhadora. Explorar a força de trabalho daqueles que não têm outra possibilidade de sobrevivência a não ser vender suas capacidades de trabalho é a condição para produção de capital e obtenção de riquezas, e, por isso, manifesta-se a miséria como condições inerentes da acumulação capitalista. Esse processo de obtenção de capital só foi possível a partir da violência e separação dos trabalhadores dos meios de produção. O capitalismo no Brasil tem suas particularidades, e, consequentemente, a "questão social", que é alimentada pelo escravismo, pelo colonialismo e pelo patriarcalismo, atravessados por intensas violências aos povos originários e africanos que foram escravizados. As mulheres também sofreram violências, por estupros e práticas de humilhação referentes à sua sexualidade. Dessa forma, é a partir do patriarcalismo que se expressam as violências contra a mulher na sociedade, que vão muito para além da violência física, se manifestando nas formas de violência sexual, psicológica, patrimonial, moral, e que hoje são reconhecidas na Lei Maria da Penha no Brasil. Diante deste Trabalho pode-se compreender que a violência é um fenômeno histórico e não pode ser vista como algo natural e nem isolado na "questão social" no Brasil.
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