Efeitos da dieta, atividade física e estresse psicológico nos danos oxidativos de mulheres jovens
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Data
2015-05-28Autor
Stedile, Natalia
Orientador
Salvador, Mirian
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O consumo de alimentos ricos em antioxidantes, especialmente frutas e verduras, tem sido associado a menor incidência de doenças crônicas. Porém, sabe-se que a dieta apresenta uma grande quantidade de compostos ativos e que qualquer composto antioxidante e/ou alimento isolado pode não refletir o poder antioxidante total da dieta. Sendo assim, a estimativa da ingestão total de antioxidantes da dieta é importante para avaliar seus efeitos benéficos para a saúde. Neste contexto, o objetivo deste estudo foi estimar a capacidade antioxidante total da dieta (DTAC) e sua relação com a capacidade antioxidante total do plasma (PTAC) e marcadores de danos a biomoléculas em mulheres saudáveis. Para isso, foi realizado um estudo com 141 mulheres com idade entre 18 e 35 anos. Foram excluídas as tabagistas e as que faziam uso de medicação contínua (com exceção de contraceptivo oral) e/ou suplementação antioxidante. Para determinar a DTAC foi aplicado um recordatório alimentar de 24 horas. A PTAC foi determinada através de um kit comercial. Foram avaliados os danos oxidativos aos lipídeos através da determinação de substâncias reativas ao ácido tiobarbitúrico (TBARS) e às proteínas através da quantificação de proteínas carboniladas (PC). O ensaio cometa foi utilizado para avaliar os danos ao DNA. Além disso, avaliou-se a ingestão de nutrientes presentes na dieta. Foram avaliados, também, possíveis fatores de confusão, como a prática de atividade física e o estresse psicológico através de questionário autoaplicável (Hospital Anxiety and Depression Scale). A DTAC das voluntárias variou entre 9.62 e 2226.64 mg de equivalentes de vitamina C (VCE)/dia e os alimentos que mais contribuíram para aumentar a DTAC foram chimarrão, café, chá, laranja, suco de laranja, banana, maçã, feijão, suco de uva e brócolis. Estes alimentos são ricos em polifenóis e/ou vitamina C, compostos que foram positivamente correlacionados com a DTAC e com a PTAC, evidenciando a importância destes antioxidantes na dieta humana. Foram identificados três padrões de ingestão de nutrientes, rotulados como Antioxidante, Complexo B e Proteína/Gordura. A PTAC da população estudada variou entre 0.78 e 2.26 mmol Trolox/L e observou-se uma correlação positiva entre os níveis de PTAC e DTAC, sugerindo que a DTAC é uma boa ferramenta para avaliar o status antioxidante da população. As voluntárias que praticavam atividade física 3 ou mais vezes por semana apresentaram a DTAC significativamente maior em comparação àquelas que não praticavam atividade física. A DTAC foi negativamente associada com os danos oxidativos aos lipídeos e o índice de danos ao DNA foi positivamente associado aos níveis plasmáticos de cortisol. Os dados obtidos neste trabalho contribuem para um melhor entendimento da relação entre DTAC e biomarcadores de danos oxidativos em mulheres brasileiras.