Gestão universitária e pensamento complexo: aproximações e travessias a partir das narrativas de sujeitos de um curso de pedagogia
Date
2025-09-16Author
Batista Júnior, Roberto Oliveira
Orientador
Soares, Eliana Maria do Sacramento
Metadata
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Esta tese apresenta o processo de uma pesquisa que buscou compreender os processos/práticas de gestão do curso de Pedagogia de uma universidade pública do nordeste brasileiro. Para tanto, teve como questão norteadora: Como está acontecendo a gestão do curso de Pedagogia, considerando os princípios do Pensamento Complexo? Seu objetivo geral foi: Apresentar as contribuições do Pensamento Complexo, a partir de Edgar Morin, como pistas para o redimensionamento da gestão do curso de pedagogia. Esta tese foi escrita utilizando a metáfora da Travessia. Para me auxiliar na travessia epistemológica utilizei, como ponte, autores da complexidade, da transdisciplinaridade e da auto-organização pelos ruídos, entre outros, que foram base para o meu entendimento sobre a gestão universitária, a gestão do curso e sua complexidade. A opção pelo método inspirado na teoria da complexidade ocorreu por afinidade epistemológica, mas, sobretudo, com o propósito de compreender, de forma articulada, o meu território de estudo, buscando evidenciar a dinamicidade da travessia e a multidimensionalidade do fenômeno. Realizei conversas com 09 sujeitos (docente, técnico-administrativo e estudante) que compõem o curso de Pedagogia, e que teve como desencadeadores, temas geradores. Como elementos para a compreensão das narrativas tomei por base os princípios e o tetragrama da complexidade, além das estratégias do método, propostos por Morin (2003). Essa estratégia me possibilitou evidenciar alguns indicadores, que podem se constituir em pistas para enriquecer os processos/práticas de gestão do curso de Pedagogia e que podem ter desdobramentos para a gestão universitária, são eles: O reconhecimento de uma gestão/gestor consciente de seus limites e da incerteza dos seus afazeres; a concepção da gestão/do gestor como sistema/indivíduo auto-eco-organizadores, passíveis de (trans)formação; que opera por meio da religação, do diálogo e do respeito a diversidade; que reconhece a autonomia presente em seus processos/práticas de gestão, ao mesmo tempo, que reconhece suas múltiplas dependências; e que tem como compromisso social gerir uma instituição/curso, fundamentado na democracia participativa, na colaboração, e na formação para uma ética pautada nos direitos, humano e planetário. Esses indicadores permitiram, também, a compreensão da necessidade da (auto-inter-eco) constituição do gestor, para que a travessia na gestão aconteça. O que requer uma transformação na sua matriz pedagógica-gestora e que, uma ecologia de saberes seja colocada em movimento pelo gestor (transdisciplinaridade), por meio do diálogo; de processos retroativos e recursivos e da atenção aos ruídos, para que haja uma auto-organização no seu ser-fazer-conhecer gestão, o que envolve a dimensão individual (subjetiva), coletiva (intersubjetiva) e ecológica (contextual), e que se configuram exigências da contemporaneidade. [resumo fornecido pelo autor]