Ecoinovações no polo industrial de Manaus : direcionadores e fatores determinantes
Zusammenfassung
Um dos pontos de relevância do Relatório da Comissão Mundial do Meio Ambiente e Desenvolvimento, de 1987 diz respeito a utilização não predatória dos recursos naturais e com a degradação do meio ambiente. As inovações surgem como meio de se atingir estes objetivos e as organizações tem um importante papel a cumprir neste sentido. Os estudos organizacionais sobre ecoinovação (EI) estão concentrados em países desenvolvidos e a literatura tem recomendado novas pesquisas para se analisar fatores e condições específicas em países em desenvolvimento. Seguindo esta recomendação a pesquisa buscou identificar os direcionadores de ecoinovações, nas indústrias instaladas no Polo Industrial da Zona Franca de Manaus e concomitantemente os obstáculos e orientação à inovação dessas organizações. Do ponto de vista metodológico a pesquisa se desenvolveu sob a forma de estudo de caso, a ser analisado sob as perspectivas qualitativa e quantitativa. A abordagem qualitativa e exploratória foi desenvolvida através de entrevistas e analisadas por meio de análise de conteúdo. A abordagem quantitativa foi realizada por meio de survey em uma amostra de empresas industriais instaladas em Manaus. A pesquisa contribui com a teoria de ecoinovação na Zona Franca de Manaus, identificando direcionadores regionais de ecoinovação conforme proposto em estudos anteriores. A biodiversidade amazônica é o principal fator potencial que pode direcionar ecoinovações, através do desenvolvimento de novos produtos, por meio de biotecnologias, biofármacos, biocosméticos e fitoterápicos (plantas medicinais). Outros direcionadores identificados estão relacionados às mudanças na legislação local, recursos para Pesquisa e Desenvolvimento, cursos inovadores, desenvolvimento de processos reversos (reutilização de resíduos em processos produtivos), certificação ambiental, competitividade, criatividade e continuidade dos negócios. As dificuldades e obstáculos mais relevantes estão relacionados à desarticulação entre empresas, academia e órgãos governamentais decorrentes da falta de um sistema de inovação estruturado e de um modelo de inovação consolidado. Outros entraves decorrem de problemas de natureza econômica e gerencial, razões de ordem cultural, operacional e política. Por fim, a pesquisa proporcionou insights para a proposição de estudos futuros relacionados a direcionadores de ecoinovações, deficiências e entraves à consolidação dos sistemas de inovação e seus impactos sobre o desenvolvimento de novos produtos e processos, obstáculos a integração entre os agentes da tríplice hélice (academia, empresas e governo) e seus reflexos sobre o desenvolvimento de inovações, orientação e obstáculos a inovação relacionados com a performance organizacional (performance, financeira, tecnológica e ambiental).