O conceito de pessoa em Edith Stein
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Data
2018-03-28Autore
Bavaresco, Gilson
Orientador
Cescon, Everaldo
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A obra de Edith Stein denominada A Constituição da Pessoa Humana (Der Aufbau der menschlichen Person), de 1932-1933, é resultante do curso sobre antropologia filosófica oferecido às alunas do Instituto Alemão de Pedagogia Científica, em Münster, e foi escrita no contexto de estabelecimento da Antropologia Filosófica, alguns anos após a obra de Max Scheler, denominada A Posição do Homem no Cosmos (1928), e respondendo às questões formuladas nela. Na obra, Stein realiza um diálogo entre a filosofia de Tomás de Aquino e a fenomenologia de Edmund Husserl. Utilizando o método do segundo e a orientação nas questões do primeiro, visa oferecer uma resposta à questão “o que é o homem?”, como fundamento para a pedagogia, e distinguir a Antropologia Filosófica de outras formas de antropologia. No texto, Stein expõe a sua tese sobre a pessoa: “ele pode e deve 'formar' a si mesmo” (STEIN, 2014, p. 123). É na análise e discussão desta ideia de pessoa que se centra a presente dissertação. Para tanto, investigou-se também como a questão antropológica, no contexto em que Stein elaborou a sua obra, erigiu-se como tema tão importante na Alemanha e algumas questões que estão envolvidas com essa problemática, bem como analisou-se minimamente a peculiaridade do método fenomenológico quando aplicado à questão do ser humano. A pessoa é compreendida como um ser espiritual e livre, centro de atos e com consciência de si, mostrando proximidades com a compreensão de Scheler. No entanto, Stein descreve a estrutura essencial do espírito, que manifesta como peculiaridade – frente aos níveis inferiores de ser – o poder de formar a si mesmo e, como sendo essencial ao espírito, esse desdobrar-se entre eu e si, designando-se, por este último, o conjunto de capacidades de sua natureza humana, dadas ao eu para a sua autoconfiguração livre e singular. Essa pessoa espiritual e livre é compreendida como pertencendo essencialmente a uma estrutura anímica em cuja espacialidade pode se mover e cujos atos, em relação ao mundo, são mais ou menos profundos.