Atividade biológica da Biflorina, uma e-naftoquinona isolada das raízes da Capraria biflora L., em células tumorais e não tumorais
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Data
2014-06-16Autor
Wisintainer, Gabrielle Gianna Nunes De Souza
Orientador
Ely, Mariana Roesch
Henriques, João Antonio Pêgas
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A biflorina é uma o-naftoquinona que apresenta uma variedade de atividades
biológicas, entre as quais pode-se destacar a atividade antitumoral. Esta molécula é
obtida a partir das raízes da planta Capraria biflora L.(Schrophulariaceae) originária
das Antilhas e América do Sul e habita zonas temperada e tropical. No continente
europeu é muito usada como ornamento. No Brasil, pode ser encontrada nos Estados de
Goiás, Minas Gerais e na faixa litorânea entre o Piauí até o Espírito Santo. O presente
trabalho traz informações referentes aos primeiros estudos de caracterização estrutural
até os mais recentes relatos sobre a atividade biológica desta molécula. Neste trabalho
avaliamos os efeitos citotóxicos e detecção de apoptose tardia por análise in situ de
células tratadas com a biflorina. Para isso utilizamos a linhagem tumoral HeLa e a não
tumoral HEK-293 tratadas com biflorina nas concentrações de 5 - 50 μg/mL por 24h,
48h e 72h. A citotoxicidade foi avaliada exclusivamente para o tratamento de 48h em
seis linhagens celulares diferentes sendo elas: Hep-2, HeLa, HT-29, A-375, A-549 e
HEK-293. Os resultados mostraram citotoxicidade seletiva da biflorina contra a
linhagem não tumoral HEK-293 (IC50 = 56,01 ± 1,17 μg/mL) comparada com todas as
linhagens de células tumorais analisadas, com IC50 variando de 29,44 ± 1,32 μg/mL até
47,37 ± 3,21 μg/mL. Modificações morfológicas em células HeLa foram observadas
após o tratamento de 48 horas com biflorina de acordo com o aumento da concentração
(5-50 μg/mL). Além disso, na maior parte dos casos, observou-se um incremento do
estágio de apoptose tardia, na análise in situ da imunocoloração de anexina V de todas
as linhagens (Hep-2, HeLa, HT-29, A-375, A-549 e HEK-293) após tratamento com a
biflorina. A apoptose tardia para HEK-293 (77,69 ± 6,68%) foi mais evidente em
concentrações mais elevadas de biflorina em comparação com as linhagens tumorais
testadas. Os resultados indicam que a biflorina mostrou uma importante citotoxicidade
contra linhagens de células tumorais. No entanto, mais estudos são necessários para
entender melhor os mecanismos envolvidos na citotoxicidade e morte celular
programada.