Preparação e caracterização de filmes de PEBD aditivados com fotoestabilizantes para a proteção de espumantes rose
Datum
2014-06-24Autor
Cristofoli, Kélen
Orientador
Andrade, Mara Zeni
Brandalise, Rosmary Nichele
Metadata
Zur LanganzeigeZusammenfassung
O vinho espumante rose é um produto derivado de uvas tintas e/ou brancas que, após ser
fermentado e elaborado, é envasado em garrafas de vidro. A utilização de garrafas incolores
para armazenamento de espumantes do tipo rose é útil, pois permite a visualização do
produto pelo consumidor, porém tem desvantagens uma vez que pode desencadear a
degradação do vinho espumante rose pela ação da luz, causando alterações em suas
características organolépticas, principalmente, na coloração e desta forma promover
mudanças no gosto. A mudança na estabilidade da cor do vinho espumante rose está
diretamente relacionada com a exposição à luz. A utilização de aditivos fotoestabilizantes em
polímeros, especialmente no polietileno de baixa densidade (PEBD), tem se mostrado uma
alternativa para melhorar a proteção dos produtos, aliada à embalagem. Absorvedores de
ultravioleta (AUV) e Hindered Amine Light Stabilizer (HALS) foram testados sozinhos ou
combinados, em filmes de PEBD, para evitarem a absorção de radiação UV pelo vinho
espumante rose. Neste trabalho, filmes de PEBD extrusados, com diferentes percentuais de
absorvedor UV (AUV) e dois tipos de HALS (HALS1 e HALS2) foram estudados como
proteção de espumantes rose. O teste de exposição à degradação (filme e espumante) foi
realizado em câmara de envelhecimento acelerado UVB nos períodos de 0, 72, 168, 264, 360
e 912 h. Para caracterização das amostras de filmes e do espumante as propriedades
químicas, térmicas e físicas foram avaliadas com o auxílio de técnicas como espectroscopia
UV-Vis (UV-Vis), espectroscopia de infravermelho (FTIR), calorimetria exploratória
diferencial (DSC) e ângulo de contato com água (WCA). Análises de UV-Vis mostraram
maior consumo e perda de aditivo ao longo do período de exposição para o polietileno
aditivado somente com AUV. Foi observada a formação de grupamentos carbonílicos e
vinílicos nas amostras de PEBD puro e aditivado com o AUV (PEA). Por DSC foram obtidos
graus de cristalinidade (Xc) menores para as amostras aditivadas com os fotoestabilizantes
testados individualmente o que sugere que o aditivo tem influência na estrutura molecular do
polímero. Análises de WCA mostraram superfícies hidrofóbicas para filmes de PEBD puro e
com AUV após períodos de exposição, e superfícies hidrofílicas nos filmes de polietileno
com concentrações percentuais maiores de aditivos. Quanto ao espumante rose análises de
tonalidade, índice de polifenóis totais (IPT), intensidade colorimétrica (ICM) e índice de
antocianinas (IA) permitiram a avaliação dos parâmetros cromáticos da bebida. A ICM
mostrou que dentre os três aditivos estudados o HALS2 foi o que apresentou a menor perda
de pigmentos vermelhos, redução de 48,3% dos pigmentos iniciais, enquanto que o PEBD
apresentou uma perda de 69,8%. A amostra que possibilitou a melhor persistência da
coloração em 912 horas de exposição em câmara de envelhecimento acelerado UVB foi a
amostra PEAH2-6 com um perda de somente 24,6% da coloração inicial. Pode-se concluir
que filmes de polietileno de baixa densidade fotoestabilizados podem contribuir para o
aumento do ‘tempo de prateleira’ de 6 para, aproximadamente, 12 meses do espumante rose
que tiver em sua embalagem a proteção de filmes aditivado com a combinação de dois tipos
de fotoestabilizantes ou então somente com o tipo HALS, sendo que o uso somente de AUV
não é recomendado.