O brincar de crianças em idade pré-escolar com deficiência Intelectual: considerações teóricas a partir de Vigotski
Data
2025-01-27Autor
Grabowski, Bruna Silva
Orientador
Bisol, Cláudia Alquati
Metadata
Mostrar registro completoResumo
Esta dissertação tem como foco o estudo do desenvolvimento e aprendizagem da criança com deficiência intelectual. A perspectiva teórica escolhida é a teoria histórico-cultural e o modelo social da deficiência. Entende-se, ainda, que o brincar é essencial para o desenvolvimento infantil, pois promove desenvolvimento e aprendizagem através da ampliação das funções psíquicas superiores, fortalecimento de vínculos afetivos e acesso aos bens culturais. Nessa direção, articulações entre a deficiência e o brincar são tecidas. Assim, o objetivo geral da pesquisa é investigar o brincar de crianças com deficiência intelectual em idade pré-escolar (de 3 a 6 anos), à luz da teoria histórico-cultural. Como objetivos específicos, tem-se: a) caracterizar a deficiência intelectual a partir dos pressupostos da teoria histórico-cultural de Vigotski e da perspectiva do modelo social da deficiência; b) explicitar conceitos da teoria
histórico-cultural de Vigotski, centrais para compreender o desenvolvimento e aprendizagem da criança com deficiência intelectual; c) descrever o brincar na educação infantil, com foco nas contribuições da teoria histórico-cultural clássica e contemporânea; d) situar, a partir da teoria histórico-cultural, quais os eixos para pensar o brincar da criança com deficiência intelectual em idade pré-escolar, a fim de sinalizar possíveis intervenções para o campo da educação e da psicologia. Trata-se de uma pesquisa qualitativa, exploratória, cujo percurso metodológico consiste em uma pesquisa teórico-conceitual. Elegeu-se o modo de conhecimento analítico como produção de conhecimento científico. Os resultados da investigação demonstram que brincar de faz de conta é a atividade-guia de crianças em idade pré-escolar, sendo fundamental para o desenvolvimento da imaginação e criatividade, emancipação da realidade, reconhecimento dos papéis sociais, zona de desenvolvimento proximal e funções psíquicas superiores também para as crianças com deficiência intelectual. Além do mais, o brincar coletivo de crianças com deficiência intelectual com seus pares (com ou sem deficiência) e adultos favorece a interação social, ludicidade, imaginação, imitação, evolução das funções psicológicas superiores, especialmente o pensamento, fala, memória e atenção, e a criação da zona de desenvolvimento proximal, graças à mediação do professor. Conclui-se que, para crianças com deficiência intelectual em idade pré-escolar, tanto o brincar de faz de conta como o brincar coletivo são formas de acesso aos bens culturais e sociais e, portanto, de ampliação das experiências de vida, desenvolvimento, aprendizagens e inclusão. A presente pesquisa contribui para as áreas da educação e psicologia, situando-se na linha de pesquisa Processos Educacionais, Linguagem, Tecnologia e Inclusão pelo Programa de Pósgraduação em Educação (PPGEdu) da Universidade de Caxias do Sul (UCS). [resumo fornecido pelo autor]