Efeito de extratos da macroalga antártica Palmaria decipiens sobre a linhagem celular tumoral de câncer colorretal HCT-116 e não tumoral HaCaT
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Data
2022-08-17Autor
Della Giustina, Marina
Orientador
Ely, Mariana Roesch
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Mostrar registro completoResumo
O câncer colorretal é a terceira neoplasia mais frequente no mundo, sendo uma importante causa de mortalidade. As macroalgas da Antártica são organismos produtores de substâncias com potenciais atividades terapêuticas em virtude das condições ambientais os quais estão expostos. A atividade antitumoral destes organismos já vem sendo investigada, evidenciando resultados citotóxicos promissores frente a linhagens celulares de câncer colorretal HCT-116. Até o momento, não há relatos que indiquem o potencial antitumoral de extratos da macroalga Palmaria decipiens contra tumores colorretais. Este estudo teve como objetivo avaliar o efeito do extrato de macroalgas da Antártica Palmaria decipiens sobre a linhagem celular tumoral de câncer colorretal HCT?116 e linhagem não tumoral HaCaT. Os extratos foram obtidos por maceração, onde as amostras permaneceram em contato com o solvente e os compostos fenólicos presentes foram identificados por cromatografia líquida de alta eficiência. A ação antioxidante dos extratos foi determinada pelo método de inibição do radical DPPH. A citotoxicidade e viabilidade celular foram determinadas pelo ensaio MTT, e a morfologia celular foi avaliada por coloração de Giemsa. Os eventos de apoptose ou necrose celular foram identificados por coloração com laranja de acridina / brometo de etídeo (LA / BE) e citometria de fluxo. Foram obtidos três extratos a partir da macroalga P. decipiens: MET (metanol), CLO (clorofórmio) e HEX (hexano). A quantificação dos compostos fenólicos presentes nos extratos identificou a presença de três compostos principais: ácido gálico, quercetina e canferol. O extrato MET foi o que apresentou resultados significantes de inibição da proliferação celular no tempo de 72 h de tratamento na linhagem HCT-116. Entretanto, os extratos não mostraram ação dose-resposta em células da linhagem HaCaT. O extrato MET apresentou potencial atividade antioxidante. O tratamento de 72 horas com extrato MET alterou morfologicamente a linhagem celular tumoral de câncer colorretal HCT-116, bem como afetou a proliferação celular. A exposição das células HCT-116 ao extrato MET de P. decipiens por 72h indicou a presença de eventos necróticos, frente ao teste de microscopia de fluorescência (LA / BE), citometria de fluxo (anexina-V / PI), ROS e MMP. O ensaio do ciclo celular não apresentou evidencias significantes. Os resultados indicam que o extrato da macroalga antártica P. decipiens interfere nos mecanismos de ação das células tumorais de câncer colorretal, atuando como potencial agente antiproliferativo e antioxidante. [resumo fornecido pelo autor]