Análises de diversidade genética e padronização de diagnóstico molecular para detecção e quantificação de retrovírus felinos
Fecha
2023-02-22Autor
Biondo, Diezza
Orientador
Lunge, Vagner Ricardo
Metadatos
Mostrar el registro completo del ítemResumen
O vírus da imunodeficiência felina (FIV) e o vírus da leucemia felina (FeLV) pertencem à família Retroviridae e consistem dos agentes etiológicos de duas doenças infecciosas com elevada prevalência e que acometem os felinos domésticos e silvestres no mundo todo. A infecção pelo FIV resulta na síndrome da imunodeficiência adquirida dos felinos, o que leva a infecções oportunistas, doenças neurológicas e tumores. A infecção pelo FeLV também leva a uma supressão da atividade do sistema imune, e desenvolvimento de linfomas, infecções secundárias e redução drástica da expectativa de vida dos felinos. Ambos os vírus apresentam elevada diversidade genética devido a
eventos de recombinação (entre diferentes vírus e com sequências felinas endógenas) e mutação. O diagnóstico das infecções na rotina clínica é realizado por meio de testes rápidos (imunocromatográficos) e moleculares (principalmente a PCR, polymerase chain reaction). A PCR é a principal técnica utilizada para detecção e quantificação desses vírus. O presente estudo teve como objetivos analisar a diversidade genética de FIV e FeLV com amostras provenientes do Genbank e padronizar métodos de PCR para a detecção e quantificação de FIV e FeLV de amostras provenientes de Caxias do Sul/RS. A análise da diversidade genética de FIV e FeLV foi realizada a partir de sequências depositadas em bancos de dados genéticos. A padronização de ensaios de PCR para detecção e quantificação de FIV e FeLV foi realizada com o estabelecimento dos métodos no laboratório e análise de amostras de sangue oriundo de punção da jugular de gatos domésticos, previamente avaliados com testes rápidos (imunocromatográficos). Os resultados obtidos demonstraram uma correlação positiva entre os testes. O ensaio de PCR para detecção de FIV apresentou sensibilidade de 83%, especificidade de 96% e valor Kappa de 0,7. No caso do FeLV, o ensaio de PCR apresentou sensibilidade de 69%, especificidade de 80% e valor Kappa de 0,4. Além disso, os ensaios possibilitaram a determinação de cargas virais baixas e altas, com Cts variando entre 25,3-37,4 para FIV e entre 13,4-37,8 para FeLV. Os resultados foram consistentes para FIV, com a demonstração de eventos de recombinação na evolução desse vírus e a existência de seis linhagens diferentes, disseminadas mundialmente. Por outro lado, não foi possível analisar a diversidade de FeLV, devido à excessiva quantidade de eventos de recombinação nas sequências depositadas. Esses resultados reforçam a importância da realização de estudos filogenéticos para determinar a diversidade desses vírus e da necessidade da padronização e validação de métodos de Biologia Molecular para o diagnóstico de retrovírus felinos. [resumo fornecido pelo autor]