A sucessão é um processo extenso e interdisciplinar, que envolve a transferência simultânea de capital e poder. Por isso, representa para as empresas familiares um dos momentos mais delicados de seu ciclo de vida. Um aspecto importante a ser considerado durante a sucessão é a escolha do sucessor. O crescimento da participação feminina à frente dessas organizações é um fato e representa uma mudança no perfil de gestão brasileiro. Isto posto, a presente pesquisa busca analisar como o uso de Sistemas de Controle Gerencial (SCG) influencia na legitimação de mulheres sucessoras de empresas familiares em processo sucessório na Serra Gaúcha. A metodologia utilizada foi um estudo qualitativo de casos múltiplos, sendo a coleta de dados feita através de entrevistas semiestruturadas com sucessoras de três indústrias. Os resultados mostram que os sistemas de controle gerencial têm influência positiva na legitimação delas como gestoras dos empreendimentos. Os SCG foram reconhecidos como fundamentais à continuidade da empresa, visto que, se caracterizaram como uma ferramenta de transição de liderança, capaz de promover a cooperação entre as equipes, além de contribuir para a descentralização do poder decisório. A pesquisa uniu temas que possuem repercussões econômicas e sociais, por isso, contribui para produção científica sobre modelo familiar de gestão, sucessão, participação feminina em cargos de gerência e utilização de SCG. Em relação às limitações do estudo, cita-se o restrito número de entrevistadas, e a contextualização especifica de cada empresa. Para estudos futuros, sugere-se investigar o papel de SCG na sucessão, sob a perspectiva de profissionais contadores. [resumo fornecido pelo autor]