Jovens e conselho de classe : um estudo de caso a partir da dimensão participativa no ensino médio integrado no IFRS - Campus Bento Gonçalves
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Data
2025-04-25Autor
Molon, Lilian Carla
Orientador
Stecanela, Nilda
Metadata
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Está pesquisa está vinculada à linha de pesquisa História e Filosofia da Educação do Programa de Pós-Graduação em Educação da Universidade de Caxias do Sul. Tem como tema uma das práticas avaliativas cotidianas da escola: o conselho de classe no Ensino Médio Integrado (EMI). O conselho de classe é um espaço de reflexão acerca do processo pedagógico e, por isso, um momento avaliativo formativo e dialógico. O objetivo geral foi o de investigar como se constitui a participação dos estudantes no conselho de classe, a fim de conhecer quais sentidos lhe são atribuídos. O percurso investigativo está delineado na abordagem qualitativa e exige que as lentes considerem o objeto de pesquisa a partir de um estudo de caso no Campus Bento Gonçalves do Instituto Federal, enquanto espaço de reverberação das narrativas estudantis. A construção dos dados empíricos foi mobilizada pela adoção dos seguintes instrumentos: questionário online, entrevista coletiva e grupo focal. O corpus empírico é constituído por jovens estudantes matriculados (1º ao 3º ano) nos cursos técnicos integrados ao Ensino Médio do Campus Bento Gonçalves, com idades entre 15 e 19 anos. As narrativas decorrentes foram analisadas sob o prisma da análise textual discursiva (ATD) de Moraes e Galiazzi (2011). O aporte teórico é constituído principalmente por Dalben (1995, 2004), Rocha (1986), Hoffmann (2017), Luckesi (2001 e 2023), Vasconcellos (2003), Stecanela (2009, 2010, 2012 e 2016), Paro (2000, 2020, 2022), Lück (2010), Gohn (2011), Freire (1996), Dayrell e Carrano (2014) e Pais (2003). Os achados da pesquisa indicam que o conselho de classe vivido e percebido pelos estudantes do EMI, figura como um dos poucos espaços de diálogo acerca do processo pedagógico no Campus Bento Gonçalves. Por outro lado, a participação dos representantes e vice-representantes de turma no conselho de classe os coloca em evidência, onde os estudantes ocupam o palco por imposição, assumindo o papel de mensageiros passivos, enquanto a plateia - os servidores, colocam-se como juízes; tudo isso de forma distante e hierarquizada: os estudantes de um lado, os servidores do outro. Os estudantes acreditam que o conselho poderia se desenvolver de outras maneiras, como, por exemplo, a partir de uma roda de conversa; ou de uma conversa cara a cara verdadeira e comprometida com o ensino e com a aprendizagem, onde as relações se fortalecem a partir de um diálogo aberto e de uma escuta legítima; um espaço onde os estudantes tenham verdadeiramente a possibilidade de construir uma avaliação mais significativa e formativa. É importante que a instituição possa refletir acerca das intencionalidades da participação estudantil no conselho de classe, para pensar, também, que processo avaliativo deve permear o processo pedagógico. [resumo fornecido pelo autor]