Diferenciação da origem geográfica de vinhos elaborados com uvas de três regiões vitícolas de Santa Catarina através de análises isotópicas e elementos minerais
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Data
2017-04-26Autor
Reffatti, Leonardo
Orientador
Vanderlinde, Regina
Metadata
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A origem e a tipicidade dos vinhos são temas importantes e de grande interesse para produtores, consumidores e comerciantes. Ambos estão ligados à obtenção de um reconhecimento deste produto perante o mercado consumidor. O Brasil apresenta dimensões continentais e uma ampla diversidade de regiões produtoras de uvas e vinhos, em cada uma encontra-se características peculiares. Santa Catarina é o quarto estado brasileiro em área plantada com videiras no Brasil, apesar disso, é o segundo maior estado produtor de vinhos, apresentando grande potencial para vitivinicultura. Neste estudo coletou-se amostras de uvas de três regiões produtoras de vinhos objetivando diferenciá-las através da utilização de análises da razão isotópica de Oxigênio (18O) da água e do Carbono (13C) do etanol, bem como do conteúdo minerais dos vinhos. Foram estudados vinhos varietais, elaborados através de microvinificações, das variedades de uva Cabernet Sauvignon e Merlot, safra 2013, provenientes das regiões de Santa Catarina: Carbonífera, Vale do Rio do Peixe e Planalto Serrano de São Joaquim. As análises isotópicas foram realizadas por espectrometria de massa da razão isotópica (IRMS) e a determinação dos elementos minerais por espectrometria de massa com plasma indutivamente acoplado (ICP-MS). Os valores da razão isotópica do oxigênio (18O) da água do vinho Cabernet Sauvignon foram eficientes para diferenciar os vinhos das três regiões, apresentando maiores valores médios para a região Vale do Rio do Peixe 3,31‰, seguidos por valores da região Carbonífera 1,48‰ e valores mais negativos -2,70‰ para a região Planalto Serrano de São Joaquim. O 18O em vinhos Merlot também diferenciou as duas regiões estudadas, de maneira similar aos resultados da variedade Cabernet Sauvignon, onde os valores maiores ocorreram na região Vale do Rio do Peixe 3,72‰ e o mais negativo na região Planalto Serrano de São Joaquim -2,76‰. Os resultados de 18O dependem principalmente de condições climáticas no período pré-colheita das uvas. Os resultados obtidos do 13C do etanol dos vinhos Cabernet Sauvignon não diferenciaram as três regiões de Santa Catarina, porém os valores encontrados do 13C do etanol dos vinhos Merlot foram mais negativos na região Planalto Serrano de São Joaquim -29,55‰ e menos negativos na região Vale do Rio do Peixe -28,67‰, sendo possível diferenciar estas duas regiões. Na região Vale do Rio do Peixe foi possível diferenciar vinhos Cabernet Sauvignon -29,80‰ de vinhos Merlot -28,67‰, esta mesma diferenciação ocorreu para a região Planalto Serrano de São Joaquim, onde vinhos Cabernet Sauvignon apresentaram valores de -30,47‰ e vinhos Merlot -29,55‰. Um amplo conjunto de elementos minerais como B, Na, Mg, Al, K, Ca, Ti, V, Cr, Mn, Fe, Co, Ni, Cu, Zn, As, Se, Rb, Sr, Zr, Nb, Cd, Sb, Cs, Ba e Pb foram quantificados para diferenciação geográfica das regiões estudadas. Nenhum dos elementos minerais estudados individualmente neste trabalho possibilitou a diferenciação das três regiões estudadas para vinhos Cabernet Sauvignon. Contudo, analisando os resultados obtidos para Mg, Al, Ca, Mn, Se, Rb, Sr, Zr, Nb, Cs e Ba, em conjunto, diferenciaram pelos menos uma das regiões estudadas para vinhos varietais de Cabernet Sauvignon, do mesmo modo para vinhos Merlot. A partir dos resultados do 18O, B, Mg, Al, V, Mn, Co, Cu, Se, Rb, Sr, Cd e Sb, obteve-se equações com classificação de 100% para as três regiões estudadas.