Culturas de gestão democrática na rede municipal de ensino de Caxias do Sul/RS (1983-1996)
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Data
2018-03-29Autor
Chissini, Mônica de Souza
Orientador
Luchese, Terciane Ângela
Metadata
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Esta dissertação investiga o processo de democratização da Rede Municipal de Ensino de Caxias do Sul/RS, entre os anos de 1983 e 1996, e tem por objetivo identificar e analisar que categorias de culturas de gestão democrática podem ser evidenciadas, atentando para as práticas no contexto anunciado. O recorte temporal do estudo é de 1983, quando foi realizado o primeiro Simpósio Municipal de Educação, até 1996, período marcado por transição política no município e reestruturações na Secretaria Municipal de Educação, bem como pela promulgação da Lei de Diretrizes e Bases em nível nacional. A pesquisa está ancorada no campo da História Cultural e alicerça-se no referencial teórico-metodológico da análise documental e da história oral. Assim, é operada sobretudo a partir das contribuições de Certeau (1985, 2012, 2014), Chartier (1994, 2002), Hall (1997, 2011, 2012) e Pesavento (2003) acerca de culturas, práticas e representações. Os documentos analisados incluem textos legais, relatórios anuais de atividades da Secretaria Municipal de Educação e Cultura, entrevistas disponíveis no AHMJSA, impressos produzidos por docentes e discentes, história oral de seis sujeitos implicados na RME de Caxias do Sul no período investigado, dentre outros. Resultados apontam para a efetivação de práticas democráticas, cujos desdobramentos permitem construir categorias de culturas de gestão democrática, as quais podem ser definidas como conjuntos de prescrições e práticas de gestão que constituíram processos democráticos na RME de Caxias do Sul a partir de: a) práticas de abertura participativa e organização da rede; b) práticas de ampliação do acesso e qualificação da educação; c) práticas de profissionalização docente e d) práticas de construção de identidade(s) do docente municipal. Assim, verificam-se práticas que vieram a democratizar a participação de diferentes segmentos e organizar a rede na perspectiva do planejamento participativo, garantindo melhoria de ensino e profissionalização docente. Além disso, identificam-se processos identitários que colocaram em xeque representações desprestigiadas do docente municipal e afirmaram as identidade(s) da categoria no âmbito local. Concluindo, identificam-se prescrições e práticas que democratizaram a RME entre 1983 e 1996, as quais provocaram rupturas e constituíram novos modos de fazer a gestão no contexto investigado. Desse modo, busca-se contribuir para visibilizar o processo de democratização da referida rede e constituir uma história que evidencie processos identitários no âmbito do magistério municipal.