Expressão imunohistoquímica de biomarcadores e sua relação com o Papiloma vírus humano em carcinomas de cabeça e pescoço
Datum
2018-04-12Autor
Giacomini, Rosane
Orientador
Pasqualotto, Fábio Firmbach
Metadata
Zur LanganzeigeZusammenfassung
O câncer de cabeça e pescoço é considerado a sexta neoplasia mais prevalente no mundo, com mais de seiscentos mil novos casos diagnosticados a cada ano, e a quinta mais prevalente no Brasil, com mais de mil e quinhentas pessoas acometidas anualmente, tornando-se responsável, mundialmente, por quatro por cento da mortalidade por câncer. O tipo mais comum é o carcinoma epidermoide (CECP), sendo sua patogênese historicamente associada ao uso de tabaco e álcool, porém, nas últimas décadas, a infecção pelo HPV tem sido associada à doença. Definir o prognóstico e o risco de desenvolvimento, assim como o sucesso do tratamento em resposta a uma determinada medicação e/ou procedimento, constituem a principal razão para a identificação de biomarcadores, já que sua expressão pode refletir diversos processos em andamento nas células tumorais. Vários estudos correlacionaram a expressão de survivina, nos tumores sólidos, com um curso clinicamente desfavorável da doença, resistência a fármacos, pior prognóstico e menor sobrevida do paciente. p16 pode fornecer evidências do potencial maligno de uma lesão, e sua superexpressão pode ser considerada um marcador de prognóstico favorável. A expressão elevada de PD-L1 pode ser um importante facilitador para o crescimento tumoral e metástases. O objetivo deste trabalho foi identificar, por imunohistoquímica, os níveis de expressão de p16, survivina e PD-L1 em amostras de lesões malignas de cabeça e pescoço na presença e na ausência de infecção viral por HPV e relacioná-los com os achados clínicos dos pacientes. Foram utilizadas trinta e três amostras teciduais, obtidas por biópsia de lesões de cabeça e pescoço, com finalidade diagnóstica, provenientes do Serviço de Oncologia Do Hospital Geral de Caxias do Sul e do banco de dados do Laboratório Diagnose. As amostras foram selecionadas retrospectivamente, tendo como critério de seleção a presença de carcinoma epidermoide de cabeça e pescoço. A determinação da presença do HPV e tipagem viral foi realizada pelo método da reação em cadeia da polimerase e a expressão proteica por imunohistoquímica. Os resultados foram avaliados considerando a proporção de células positivas comparadas ao número total de células no campo. A superexpressão de p16 nos CECPs pode ser um indicativo da participação da infecção por HPV durante o processo de carcinogênese, sendo que a relação entre a superexpressão de p16 e presença de infecção por HPV não foi observada em alguns dos casos avaliados, podendo indicar: falha na realização da PCR, não detectando a presença do HPV; a não participação do HPV no processo de carcinogênese; o sinergismo entre as vias carcinogênicas HPV+ e HPV- (tabagismo/etilismo). Além disso, a superexpressão de p16 em conjunto com a expressão de survivina e/ou PD-L1 indicam um comportamento intermediário entre os cânceres HPV+ e HPV- (via carcinogênica tabagismo/etilismo). p16, survivina e PD-L1 são indicativos da via carcinogênica HPV+ e podem predizer se houve sinergismo entre as vias carcinogênicas, bem como indicar o comportamento dos tumores, entretanto não devem ser utilizados isoladamente, incluindo a PCR para HPV. Os biomarcadores avaliados neste trabalho podem ser úteis no manejo clínico dos pacientes, além de auxiliar no desenvolvimento de novas modalidades terapêuticas, sendo necessária a obtenção de um maior número de casos e de informações sobre a expressão desses biomarcadores.