Uma contribuição ao estudo da Ética em Lukács
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Data
2019-07-22Autore
Taufer, Felipe
Orientador
Paviani, Jayme
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Trata-se de uma dissertação de mestrado cujo objetivo maior é localizar naquilo que é implícito em Para uma ontologia do ser social de György Lukács uma maneira mais ou menos satisfatória de responder à pergunta: é possível pensar uma ética sem uma ontologia? Para tanto, será útil empreender uma reconstrução da trajetória intelectual de Lukács com a finalidade de dar uma solução para o problema: quem foi, realmente, György Lukács? Ao tentar responder tal pergunta encontram-se três pressupostos que constituem a evolução intelectual de Lukács. Evolução que se dá por rupturas e continuidades em termos de fundamentação teórica. Os três pressupostos permitem uma resposta do seguinte tipo: Lukács foi um filósofo moral que nunca escreveu uma Ética. À luz disso, uma análise do capítulo “trabalho” (Arbeit), presente na Ontologia, ressalta alguns princípios metateóricos de uma teoria da ação humana tornada consciente. Não são senão estes princípios que fornecem a base do diagnóstico teórico de Lukács. Diagnóstico que insiste em argumentar que existe algo como uma gênese de propriedades essenciais no domínio de uma ontologia social: o valor e o dever-ser. Propriedades essenciais que são categorias sociais puras. É claro que a gênese dessas categorias começa, segundo Lukács, através da garantia da produção social da existência. No entanto, nem todas ações humanas são reduzidas esquematicamente ao caráter de uma ação de trabalho. Por isso, no recuo das barreiras naturais aparecem propriedades de tipo cada vez mais social. Este seria o caso do valor ético. Fundado em uma ontologia na qual não existe antinomia entre causalidade e teleologia e nem entre necessidade e possibilidade. Sendo assim, vislumbra-se, na Ontologia de Lukács, uma tese da não-existência de dicotomia entre fatos e valores. Com isso, sublinha-se que o desenvolvimento teórico de Lukács diz respeito às reflexões de segunda ordem sobre a ética, isto é, a metaética. Disso se segue que é impossível, na ordem do pensamento lukácsiano, pensar uma ética sem uma ontologia social.