Estratégias para o aproveitamento de ligninas de Eucalyptus globulus e de brácteas de Araucaria augustifolia para produção de insumos cosméticos para tratamento de hipercromias cutâneas
Zusammenfassung
Existe uma grande variedade de cosméticos para o tratamento de hipercromias disponíveis no
mercado; entretanto, muitos são caracterizados por serem pouco eficazes, causarem efeitos
adversos e serem prejudiciais ao meio ambiente. Devido a isso, é importante estudar novas
abordagens para o desenvolvimento de ativos cosméticos que possam superar os efeitos
indesejados dos produtos químicos comumente utilizados nesses produtos. Na biotecnologia,
existe o interesse na investigação de enzimas ligninolíticas e de suas propriedades em diversas
áreas de aplicação. Algumas dessas enzimas se mostram capazes de degradar e descolorir melanina, pigmento que está fortemente presente na pele com hiperpigmentação. Neste estudo, cinco linhagens de basidiomicetos foram avaliadas quanto à produção de enzimas ligninolíticas, especialmente lacases, em cultivos submersos em frascos. As linhagens que produziram maiores atividades de lacases foram selecionadas para escalonar a produção enzimática em biorreator. As análises de degradação e descoloração da melanina, extraída de cabelo humano, por caldos enzimáticos ricos em lacases, foram realizadas, respectivamente, de forma quantitativa, por espectroscopia de fluorescência, e qualitativa, pela redução da coloração em placas de ágar e em formulação cosmética. Outrossim, resíduos agroindustriais de Araucaria angustifolia e Eucalyptus globulus foram utilizados como substratos para induzir incrementos na atividade das enzimas ligninolíticas, visto o elevado teor de lignina e, consequentemente, o conteúdo fenólico presente nesses resíduos. Assim, o caldo enzimático, rico em lacases, produzido por Marasmiellus palmivorus VE111 degradou, aproximadamente, 33% da melanina, enquanto o extrato enzimático de Pycnoporus sanguineus PR_32 degradou 13% do conteúdo de melanina, após oito horas de reação, utilizando vanilina como mediador. Além disso, a análise de espectros HSQC evidenciou o surgimento de novos sinais de regiões alifáticas e alifáticas oxigenadas após o tratamento enzimático com lacase, sugerindo uma possível clivagem da estrutura química da melanina. O presente trabalho mostrou resultados promissores para o desenvolvimento de insumos para cosméticos sustentáveis [resumo fornecido pelo autor].