Formação e atuação do turismólogo no cenário das agências e turismo : contrapondo competências
Date
2014-06-26Author
Bridi, Guilherme
Orientador
Santos, Marcia Maria Cappellano dos
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Esta pesquisa visa contribuir com subsídios para discussão sobre o tema “formação e
atuação do turismólogo no âmbito das agências de turismo”, abordando competências
profissionais que seriam e vêm sendo requeridas para atuação nesse segmento de
mercado. Com vistas a pautar as análises pretendidas, inicialmente procurou-se, a partir
de revisão bibliográfica, construir um conceito operacional de competência, que passou
a ser definida como o resultado da articulação de saberes, fazeres e atitudes. Concluído
esse processo, as reflexões voltaram-se para a construção de um quadro conceitual de
competências, tendo por referência: modelos estruturais e organizacionais de agências
de turismo traçados numa perspectiva histórica; paradigmas epistemológicos que põem
em foco a dimensão humana do turismo; e perfil traçado para o profissional da
contemporaneidade, com base em relatório elaborado por comissão internacional da
Unesco sobre a educação para o século XXI e em estudos que a ele se sucederam. Na
sequência, analisaram-se as competências legalmente propostas pelas Diretrizes
Curriculares Nacionais para os Cursos de Graduação em Turismo e, igualmente, aquelas
demandadas por gestores de agências de turismo, elencadas por meio da aplicação de
instrumento específico de pesquisa. Num processo de triangulação analítica,
contrapuseram-se os conjuntos de competências de forma a caracterizar, em tese, o
binômio “formação e atuação do turismólogo” no âmbito das agências de turismo,
objeto do presente trabalho. Considerando a demanda dos gestores, predominam
competências de cunho técnico-operacional, convergindo particularmente para o êxito
das vendas ao cliente que viaja. Quanto às Diretrizes, as competências propostas vão
além do caráter técnico-operacional, enfatizando, para a formação profissional, a
importância da atitude reflexiva, apesar de não fazerem referência, ao menos
explicitamente, à dimensão humana do turismo e de apresentarem como foco principal,
para a capacitação do turismólogo, o mercado turístico. Já, quando contraposto o
conjunto de competências conceitualmente construídas àquelas constantes do
documento legal e às demandadas por gestores, mostra-se possível e pertinente, no
contexto da contemporaneidade, uma inversão de foco no processo formativo,
substituindo-se “mercado turístico” por “fenômeno turístico”, o que implicaria
considerar a sua dimensão humana e os respectivos reflexos na atuação profissional do
turismólogo – e, no caso específico, nas dimensões gerencial e operacional das
agências, cujas relações se dariam com o Sujeito turista, cliente dessas organizações.
Correlativamente, aí se verificaria uma inversão na lógica do mercado, contemplando a
eficácia de resultados financeiros atrelada também à priorização do humano e às suas
repercussões na proposição, desenvolvimento e avaliação de atividades turísticas.
Nessa perspectiva, o turismólogo, cidadão do século XXI, especialista na área e agente
de turismo poderia contribuir de maneira significativa para redimensionar as ações de
uma agência de turismo e, dessa forma, fazer reconhecer a importância de sua atuação
direta ou indireta nesse segmento.