Aplicação de ácido abscísico e etefom na qualidade de uvas Merlot para vinificação
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Data
2021-05-12Autor
Susin, Eliane
Orientador
Cocco, Carine
Metadata
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A uva Merlot é uma cultivar de origem francesa, proveniente da Região de Bordeaux. Na Serra Gaúcha, é a segunda variedade tinta com maior área de vinhedo implantado, com 472 ha. Atualmente, a viticultura vem utilizando reguladores vegetais como alternativa para promover um incremento na qualidade dos mostos. O ácido abscísico e o etefom são alternativas utilizadas para suprir a falta de cor das bagas causada por adversidade climática em regiões com baixa amplitude térmica e períodos chuvosos ou nublados na fase de maturação. Este reguladores vegetais promovem acúmulo dos pigmentos que conferem coloração às bagas. Com o objetivo de verificar o efeito da aplicação de ácido abscísico (ABA) e etefom na qualidade final dos vinhos da cv. Merlot, o presente experimento foi executado em dois vinhedos comerciais, localizados nos municípios de Campestre da Serra, com coordenadas geográficas 28°40' S e 51°06' W, e Antônio Prado, com coordenadas geográficas 28°53' S 51°20' W, ambos localizados na Serra Gaúcha, Sul do Brasil. Os tratamentos foram aplicados em dois estágios: virada de cor (V) e 15 dias antes da colheita (15 DAC). Os seguintes tratamentos foram aplicados: T0 (testemunha); T1 (etefom 200 mg?L -1 - V); T2 (etefom (200 mg?L-1 - 15 DAC); T3 (etefom 200 mg?L-1 - V + S-ABA 600 mg?L-1 - 15 DAC); T4 (S-ABA 600 mg?L-1- V); T5 (S-ABA 600 mg?L-1- 15 DAC); T6 (S-ABA 300 mg?L-1 - V + S-ABA 300 mg?L-1 - 15 DAC); T7 (S-ABA 600 mg?L-1 - V + etefom 200 mg?L-1 - 15 DAC). Determinaram-se os seguintes parâmetros para as uvas: massa e diâmetro de bagas, teor de sólidos solúveis, pH do mosto, teor de compostos fenólicos e antocianinas. Para vinhos, foi avaliado o teor de álcool (etanol), coloração, densidade, acidez total, índice de cor e tonalidade. Os resultados mostraram que a localização dos vinhedos e o clima não influenciaram de forma significativa a eficiência dos fitormônios empregados. Os tratamentos T2, T3, T4 e T5 apresentaram comportamento semelhante em ambas às safras; no entanto, os tratamentos utilizando etefom (V e 15DAC) apresentaram variabilidade de resultados em ambas as safras. Observou-se que a aplicação de etefom na dose de 200 mg?L-1 no momento de virada de coloração causou desgrane precoce, sensibilidade da epiderme e ruptura de bagas ainda em fase de maturação, em ambos os ciclos produtivos. A aplicação de ABA na concentração de 600 mg?L-1 induziu maiores teores de sólidos solúveis nas bagas. Os vinhos produzidos com este tratamento apresentaram maiores teores de etanol e coloração mais intensa. Os vinhos produzidos com este mesmo tratamento também apresentaram redução da tonalidade e da acidez total dos mostos e vinhos. Desta forma, os resultados obtidos neste estudo mostraram que a aplicação de ABA 15 dias antes da colheita na concentração de 600 mg?L-1 pode ser uma alternativa de manejo para incrementar os teores de compostos fenólicos e antocianinas nos vinhos e mostos de uvas cv. Merlot, cultivadas na Serra Gaúcha. [resumo fornecido pelo autor]