A modalização discursiva na perspectiva da teoria da argumentação na língua
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Data
2022-06-01Autor
Jaques, Camila Fernanda Ferreto
Orientador
Azevedo, Tânia Maris de
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Este trabalho teve por objetivo geral analisar, pelo viés semântico-argumentativo, o fenômeno linguístico da modalização na constituição do sentido do discurso, desde a perspectiva da Teoria da Polifonia, de Oswald Ducrot, a fim de verificar como é possível descrever o fenômeno, desde esse prisma teórico-metodológico. Inicialmente, são discutidos os conceitos fundamentais da Semântica Argumentativa e da Teoria da Polifonia, com o propósito de construir os alicerces para as demais atividades da pesquisa. Em seguida, é elaborado um panorama com diversas perspectivas teóricas a respeito do objeto de pesquisa, a saber, a modalização discursiva. Por fim, tal fenômeno linguístico-discursivo é analisado sob a ótica da Teoria da Polifonia seguindo o método de análise proposto por Ducrot. A análise parte de exemplos de enunciados e discursos coletados e organizados conforme as categorias semânticas e fenômenos propostos por Ducrot - asserção, pressuposição, ironia, humor, negação e pergunta. Por meio dessa investigação, vemos que a modalização inscreve-se no material linguístico de diversas formas, como, por exemplo, no nível do discurso, nos pontos de vista dos enunciadores e na atitude do locutor. A pesquisa levanta o questionamento da existência de uma suposta objetividade, que estaria atrelada à divisão do enunciado em duas partes, uma objetiva - descritiva - e outra subjetiva - apreciativa. Todavia, o que temos é uma interdependência semântica entre todos os elementos verbais que constituem o sentido do discurso, assim como ocorre com as categorias modus e dictum, de Charles Bally: uma só existe em função da outra. Da mesma forma como se propôs o linguista Ferdinand de Saussure, a Teoria de Ducrot visa estudar a língua por ela mesma, compreendendo a língua como um sistema em que os elementos unem-se e opõe-se para construir uma significação. Embora o contexto extralinguístico seja essencial para a (re)constituição do sentido, a análise polifônica demonstra, neste e em tantos outros trabalhos, que o próprio sistema linguístico já prevê as possibilidades e as restrições impostas pela língua. [resumo fornecido pelo autor]