Pulsão de morte e gozo: possíveis entrelaçamentos com a automutilação
Data
2022-08-16Autor
Fagundes, Daiana Trintim de Jesus
Orientador
Cemin, Tânia Maria
Metadata
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O presente estudo teve como objetivo apresentar, o percurso de construção psicanalítica dos conceitos de pulsão de morte e de gozo, com o intuito de identificar e traçar possíveis entrelaçamentos em relação à manifestação do fenômeno de automutilação na contemporaneidade. Para tanto, foi realizado um estudo de delineamento qualitativo de cunho exploratório e interpretativo. No Estudo 1, foram analisadas as informações contidas nos prontuários do SEPA, nos quais identificou-se algumas informações sócio demográficas e foi desenvolvida também uma outra tabela para a organização das duas categorias para análise de conteúdo de Bardin. No Estudo 2, foram realizadas entrevistas semi estruturadas com participantes selecionados do estudo 1, com histórico de prática de automutilação. A partir dessas entrevistas, foram identificadas subcategorias de conteúdo que foram analisadas segundo Bardin. Os resultados obtidos apontam que os participantes tiveram como momento de início da prática de automutilação o período da adolescência. Assim, a angústia advém do real da puberdade, compreendido como mudança corporal que fura o simbólico ameaçando o que se defronta com ela. Ao pulsar via compulsão à repetição, a pulsão de morte constrói uma possibilidade de ser escutada, e devido a esse encontro, pode adentrar na malha representacional. Com efeito, é possível compreender a automutilação como uma tentativa de
simbolização, dessa forma, seria o sintoma em forma de ato para tentar lidar com a angústia.[resumo fornecido pelo autor]