Violência sexual contra a mulher e ética em Serviço Social no Brasil: "Mas o que ela fazia àquela hora na rua?!"
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Data
2022-07-28Autor
Rodrigues, Pâmela Martins
Orientador
Capra, Margareth Lucia Paese
Metadata
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O estudo trata da violência sexual contra as mulheres em interface com os princípios éticos transcritos na profissão de Serviço Social no Brasil. O objetivo é discutir o tema da violência sexual contra a mulher numa perspectiva crítica de gênero, refletindo acerca da ancoragem que os preceitos éticos em Serviço Social podem garantir à abordagem profissional qualificada, partindo de duas grandes questões norteadoras que indagam como conceber a violência sexual contra a mulher numa perspectiva crítica de gênero e em que medida os preceitos éticos do Serviço Social amparam uma abordagem qualificada às situações que envolvem esse tipo de violência. Para compreender o objeto de estudo, foi utilizado o método materialista dialético, procedendo-se a revisão bibliográfica mediante a seleção de fontes de referência e a pesquisa documental para elucidação de aspectos normativos e legais. O estudo levou a compreender a violência sexual como uma das formas de violência resultantes das desigualdades vigentes dentro do sistema capitalista, configurando-se como uma das expressões da Questão Social, objeto de estudo dos(as) Assistentes Sociais, uma temática que encontra relevância no interior da profissão em Serviço Social. Ainda, permitiu identificar que as mulheres que sofrem com a violência sexual possuem um estigma, socialmente reproduzido na sociedade, reforçado por valores patriarcais e sexistas, conformando uma imagem que vai encharcando o tecido social, podendo se constituir como uma ameaça ao trabalho profissional, quando os(as) Assistentes Sociais se pautam na realidade aparente e no senso comum para o estudo e a condução das demandas apresentadas pelas mulheres durante os atendimentos. Entre os principais resultados está a problematização de que a análise da realidade de modo aparente, superficial, conservadora, com estereótipos que refletem o senso comum são riscos significativos à intervenção do(a) Assistente Social. Evidenciou-a partir das reflexões produzidas que a afirmação e a defesa dos direitos indispensáveis nas intervenções junto às mulheres em situação de violência sexual exige por parte do(a) Assistente Social a internalização dos princípios consubstanciados no projeto ético-político profissional. Somente ancorando-se em uma perspectiva crítica de gênero, poderá em seu trabalho, contribuir para romper com os estigmas e valores morais historicamente difundidos na sociedade capitalista, que tanto tem cerceado e oprimido as mulheres. Haja vista os intensos desafios societários derivados do contexto político e social brasileiro atual, é demandado aos(as) Assistentes Sociais a intensificação de estudos e pautas no sentido da efetivação do projeto ético-político profissional contemporâneo. [resumo fornecido pelo autor]
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